O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disse na manhã desta segunda-feira que um “infiltrado” ou “algum maluco” participou das agressões contra um fotógrafo do jornal O Estado de S. Paulo, durante manifestação com a presença do próprio chefe do Executivo nacional nesse domingo, em Brasília. O movimento, que aconteceu em Brasília e também reverberou em outros pontos do país, era a favor de Bolsonaro, contra o isolamento social horizontal em meio à pandemia e criticava o Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu não vi nada, estava dentro do Palácio, estava na rampa, não vi. Recriminamos qualquer agressão. Se houve agressão, é alguém que está infiltrado, algum maluco, que deve ser punido. Não existe agressão nessa parte. Agora, vaia, isso aí é natural acontecer”, disse Bolsonaro, na manhã desta segunda-feira, na entrada do Palácio da Alvorada, em Brasília.
Bolsonaro falou sobre a agressão a apoiadores antes de se aproximar da área de imprensa. Quando chegou ao local reservado a jornalistas, disse que não falaria com a mídia e foi celebrado pelos manifestantes ao lado.
Logo depois de entrar na residência oficial da Presidência da República, o presidente assinou a nomeação do novo diretor-geral da Polícia Federal. Trata-se de Rolando Alexandre de Souza, ex-secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Souza é próximo a Alexandre Ramagem, chefe da Abin, que Bolsonaro queria para o comando da Polícia Federal. A indicação, porém, foi barrada pelo STF por “indício de desvio de finalidade”. A troca no comando da corporação foi o pivô do desligamento de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O ex-juiz alegou que o presidente estaria interferindo na Polícia Federal.