Por meio da Advocacia Geral da União (AGU), o governo entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta sexta-feira (08), o vídeo da reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril, e que foi citada pelo ex-ministro Sergio Moro em depoimento à Polícia Federal. Moro afirma que, naquele dia, o presidente Jair Bolsonaro impôs a troca no comando da corporação no Rio de Janeiro e ainda solicitou acesso a relatórios de inteligência policial.
O arquivo foi entregue em um HD externo na Secretaria Judiciária do Supremo e, de acordo com a AGU, não foram feitos cortes ou edições no vídeo. No documento que confirma a entrega do material, o advogado-geral da União, José Levi, afirma que apresenta “referido HD externo, na forma que lhe foi apresentado pela Presidência da República" e que o arquivo "contém o inteiro teor, sem qualquer edição ou seleção de fragmentos, da gravação de mencionada (...)”.
O governo havia pedido ao ministro Celso de Mello, relator do inquérito aberto no Supremo para investigar o caso, que fosse reconsiderada a decisão de entrega do vídeo, ou que fosse autorizado apresentação apenas de um material editado, onde seria retirado trechos que se referem a conteúdo "sensível ao Estado". O magistrado pediu manifestação da Procuradoria Geral da República, em até 24 horas. No entanto, o prazo para o conteúdo ser apresentada terminava nesta sexta-feira.
O Planalto solicitou que o conteúdo seja colocado em sigilo. De acordo com o Supremo, essa decisão será tomada pelo ministro Celso de Mello.