Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Governo critica imprensa e usa frase semelhante a slogan nazista em rede social


A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República publicou um vídeo no Twitter em que utiliza uma frase semelhante a um slogan nazista, utilizado pela Alemanha na entrada de campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.



O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil”, construção utilizada pela Secom, se assemelha ao lema do nazismo “Arbeit macht frei”, ou “O trabalho liberta”, em tradução livre.

Há, também, na campanha governamental brasileira uma semelhança com o versículo bíblico João 8:32, “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, repetido constantemente pelo presidente Jair Bolsonaro durante a campanha e também em seus pronunciamentos.

No restante do texto, a Secom exalta “seu chefe” Bolsonaro e critica o trabalho dos profissionais de comunicação. “Parte da imprensa insiste em virar as costas aos fatos, ao Brasil e aos brasileiros. Mas o governo, por determinação de seu chefe, seguirá trabalhando para salvar vidas e preservar o emprego e a dignidade dos brasileiros”.


Após uma série de críticas, o chefe da Secom, Fabio Wajngarten se manifestou. Também pelo Twitter, ele alegou que “toda medida do governo é deformada para se encaixar em narrativas” e que “se utilizam de analfabetismo funcional para interpretar errado um texto”.

Neste domingo, o Brasil chegou a 11.123 mortes – confirmadas – causadas pela COVID-19. O país registra 162.699 ocorrências da doença, com uma taxa de letalidade de 6,8%, segundo dados do Ministério da Saúde.

Outra polêmica

Em janeiro, o então secretário de Cultura, Roberto Alvim, fez um discurso, semelhante ao de Joseph Goebbels, ministro da da Propaganda da Alemanha Nazista de Adolf Hitler. Antissemita radical Goebbels foi um dos idealizadores do nazismo.

Depois da grande repercussão negativa, Alvim foi exonerado por Bolsonaro. Na época, o ex-secretário afirmou que se tratava de uma “coincidência retórica” entre os discursos. Entretanto, em entrevista ao Estado de São Paulo, Alvim afirmou que defende uma cultura com viés “nacionalista, conservador no campo das artes”, além da “busca por um ideal clássico”.