O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou, no início da noite desta segunda-feira (11), sobre o vídeo da reunião ministerial citada pelo ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, em depoimento à Polícia Federal, no inquérito que investiga o próprio presidente. Bolsonaro afirmou que entregou a fita bruta da gravação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e garantiu não temer nada.
Em depoimento, Moro citou uma reunião ministerial, realizada em 22 de abril, em que Bolsonaro teria o ameaçado de demissão por não aceitar uma troca na diretoria da Polícia Federal e que teria vídeo da conversa. Desta forma, o STF solicitou ao Planalto uma cópia do vídeo. Bolsonaro disse que ‘não precisava fornecer’ o material, mas que entregou a fita bruta.
"Nós fornecemos o vídeo na íntegra, e não precisávamos fornecer, porque não é um vídeo oficial. Mas para comprovar que nada devemos ao tocante do inquérito... Eu podia falar 'não temos mais o vídeo'. Não tinha obrigação de ter o vídeo. Não é vídeo de portaria. É vídeo oficial. O que eu espero que aconteça, é extrair a parte do vídeo que interessa ao inquérito para ver se houve alguma interferência minha na PF, ou não”, disse o presidente.
Bolsonaro também disse não temer nada em relação ao inquérito, negando qualquer tipo de ameaça a Sergio Moro. “Tudo que foi falado no tocante ao ex-ministro Sergio Moro vai ser extraído. Nunca ofendi nem ameacei ninguém”, afirmou.
Perguntado sobre o depoimento dado pelo ex-diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, pivô da crise entre Bolsonaro e Moro, o presidente disse que ‘não tomou conhecimento’. Em sua fala, Valeixo disse que foi exonerado porque Bolsonaro tinha dito que queria alguém ‘com mais afinidade’.