O governador do Rio, Wilson Witzel, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro "caminha para o precipício e quer levar com ele todos nós". Segundo Witzel, que se referia ao decreto presidencial que classificou academias e salões de beleza como serviços essenciais, não há nenhum sinal de que as medidas restritivas devem ser flexibilizadas.
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Bolsonaro 'manda recado' a quem não cumprir decreto sobre serviços essenciais: 'Pior caminho'Zema não se opõe a decreto de Bolsonaro, mas diz que decisão é dos prefeitosGoverno Bolsonaro tem a pior avaliação desde o início do mandatoAlvo de ação, Witzel diz que interferência de Bolsonaro na PF está 'oficializada'Saadi diz que sua saída do comando da PF no Rio foi adiantadaRamagem diz que foi consultado por Bolsonaro para a escolha do novo diretorLewandowski decidirá se Bolsonaro deve mostrar exames de COVID-19O estado do Rio não vai aderir ao decreto presidencial. Isso porque, explica o governo, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que estados e municípios têm autonomia para adotar regras de isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus.
Atualmente, lembra o Palácio Guanabara, o decreto reeditado por Witzel tem validade até o dia 31 deste mês. No Rio, o que se considera no momento é justamente o oposto do que Bolsonaro sinaliza: o Estado vem, via medidas progressivas dos municípios, adotando uma espécie de 'lockdown' paulatino, com fechamentos mais radicais em áreas consideradas críticas, como a zona oeste da capital fluminense.
Até o prefeito Marcelo Crivella, tido como aliado de Bolsonaro, segue em direção oposta a do presidente. Classificadas por ele como um "semi-lockdown", medidas publicadas nesta segunda-feira (11), em decreto extraordinário, incluem a proibição do tráfego de pessoas e veículos em regiões centrais de alguns bairros das zonas norte e oeste, de estacionamento na orla, de comércio nas favelas e de se fazer apostas em casas lotéricas.
Na noite da última quinta-feira, 7, Witzel enviou um ofício ao Ministério Público em que afirma ter determinado a elaboração de um plano para o estado caminhar rumo a um isolamento mais radical. O governador cita medidas como o fechamento de estradas intermunicipais e uma maior restrição à circulação de pessoas e veículos, por exemplo. Além disso, o mandatário tem dito que a Polícia Militar está à disposição dos municípios que decretarem seus próprios isolamentos.