O cenário projetado pelo governo de Minas para o pico da pandemia de coronavírus, previsto para 8 de junho, é de 1.647 leitos de terapia intensiva ocupados, 3 mil casos confirmados da doenças e 1,5 mil respiradores mobilizados. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (12) pelo Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral, em entrevista coletiva remota.
Segundo o dirigente, a estimativa foi realizada na última quarta-feira (6). A próxima avaliação deve sair nesta quarta (13). "A tendência é de que tenhamos um pouco mais de achatamento antes de entrar no platô", afirmou Amaral.
Números da SES-MG apontam que o estado tem 2,3 mil leitos de CTI disponíveis. A taxa de ocupação, de acordo com o secretário, está em 63%. No caso dos leitos clínicos, o índice é de 66%.
A interiorização da pandemia, no entanto, preocupa o Comitê de Enfrentamento do Novo Coronavírus da UFMG. Um levantamento feito pelos pesquisadores do grupo, com base em dados oficiais da SES-MG, aponta que, em 4 de maio, 6 das 14 macrorregiões mineiras já estariam com 90% dos leitos de terapia intensiva ocupados.
BDMG
A coletiva desta tarde também contou com a participação do governador Romeu Zema (Novo) e do diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Sérgio Gusmão. Na ocasião, Zema anunciou o aporte de R$ 100 milhões ao banco. Os recursos foram aplicados pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).
"Com esse aporte, é bem provável o banco possa ampliar a sua carteira de crédito em cerca de quase R$ 1 bilhão. O que nós queremos é que esse crédito seja direcionado para os setores que estão tão afetados pela crise - tanto públicos, como privados", disse o governador.
O chefe do executivo aproveitou para defender o Programa Minas Consciente - protocolos de flexibilização do isolamento social disponibilizados pelo estado às prefeituras desde 30 de abril.
"Apenas 30% dos municípios mineiros têm alguém infectado ou algum óbito. Setenta por cento não teve nenhum caso. Por isso mesmo lançamos o Minas Consciente. Não podemos, principalmente nesses municípios que são isolados - de certa maneira, seguros - manter a atividade econômica totalmente paralisada, sendo que não há sequer caso suspeito (de COVID-19) ou óbito", argumentou.