Os exames feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a detecção da COVID-19 deram negativo. Os resultados foram divulgados pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, nesta quarta-feira (13). Os exames foram entregues ao STF no âmbito de processo feito pelo jornal O Estado de S.Paulo que pedia para acessar os laudos.
A Advocacia-Geral da União (AGU) entregou os testes no gabinete do ministro na terça-feira, às 22h. Como Lewandowski trabalha em casa, em razão das medidas de combate ao novo coronavírus, o material foi enviado a ele apenas na manhã desta quarta.
A AGU já havia antecipado que os exames testaram negativo em nota. A decisão de entregar os testes foi feita antes de Lewandowski decidir sobre recurso do jornal paulista a respeito da divulgação do diagnóstico.
Na sexta-feira, o presidente do Tribunal Superior de Justiça (STJ), João Otávio Noronha, suspendeu decisão da Justiça Federal que garantia ao Estado de S.Paulo o acesso ao documento.
Na sexta-feira, o presidente do Tribunal Superior de Justiça (STJ), João Otávio Noronha, suspendeu decisão da Justiça Federal que garantia ao Estado de S.Paulo o acesso ao documento.
Ao Supremo, o jornal argumentou que a "liberdade de imprensa também pressupõe não haver obstáculos para a obtenção de documentos que sejam de interesse público".
"Não haveria de ser pleno o fluxo informativo defendido por essa Corte se a atividade jornalística, além do livre-arbítrio na publicação de notícias e críticas, não estivesse também amparada no direito de, isenta de qualquer embaraço, e por qualquer meio, tomar conhecimento de fatos relevantes. Noutras palavras, inexiste liberdade de imprensa se não for desimpedida a colheita, obtenção e o recebimento de informações e documentos de interesse público pelos jornalistas", declararam os advogados que assinam a ação.
Codinomes
Os testes entregues ao ministro não possuem o nome de Jair Bolsonaro e sim um codinome usado como “fantasia”. Em entrevista em 27 de março, ao jornalista José Luiz Datena, da Band, o presidente afirmou não ter informado seu nome real quando fez os exames.
De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S Paulo, os pseudônimos usados por Jair Bolsonaro para fazer exames do novo coronavírus foram "Airton Guedes" e "Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz". Foram informados, no entanto, o RG e o CPF do presidente de forma correta, além da data de nascimento.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina