O combate ao novo coronavírus (COVID-19) e as medidas de restrições adotadas no enfrentamento à doença em Minas Gerais exigirão paciência por parte da população. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, a maior parte dos mineiros entende a necessidade das normas atuais, mesmo que a cada dia mais pessoas cheguem próximas à ‘exaustão’ com as determinações restritivas. Para o secretário, a rapidez na adoção das regras e a concordância dos habitantes fizeram a diferença para que o estado apresentasse números menos drásticos em comparação ao resto do país.
Até esta quarta-feira, Minas registrou 135 mortes pela COVID-19. As contaminações pela doença somam 3.733. Epicentro da pandemia no país, São Paulo segue com elevados números dia a dia, e o estado passou a marca dos 51 mil casos registrados, com 4.118 óbitos. No Rio de Janeiro, são 18.728 confirmações de infecções e 2.050 mortes pelo vírus. As taxas de incidência e mortalidade por 100 mil habitantes em Minas são expressivamente mais baixas que nos vizinhos do sudeste e estão entre as menores no país. . De acordo com atualização do painel coronavírus, do Ministério da Saúde, o Brasil está próximo de 190 mil casos confirmados e 13.149 pessoas morreram.
Leia Mais
Novo coronavírus não é detectado em pequenas cidades mineirasKalil vai à Justiça e consegue barrar reabertura de academia em BHCOVID-19 matou 135 em Minas; BH ultrapassa mil infectadosBrasil registra 749 mortes por COVID-19 em 24 horas e supera França em casos e óbitosPlanalto demite secretário do Ministério da Saúde, e Centrão quer o cargo“De forma geral, entendemos que isso seja resultado de ações multifatoriais que tomamos. A primeira e mais importante é que, em Minas, iniciamos o isolamento em um momento precoce. Isso tem importância visto que o número de casos ainda era relativamente pequeno. Tudo funciona como uma progressão geométrica e conseguimos frear essa progressão. Além disso, temos mérito de todo o estado. A população vem tendo um comportamento aderente aos governos e não vejo mineiros reticentes”, disse, lembrando que as necessidades são diferentes e que as pessoas podem se cansar e questionar os atos.
“É de se esperar que exista exaustão das medidas de isolamento quando elas são muito intensas e que o resultado com casos reduzidos traz certa desconfiança. As pessoas começam a questionar gravidade do caso e isso aconteceu em todas as partes do mundo”, comentou, destacando que demais ações do governo que não o isolamento social podem fazer com que o estado siga em ritmo lento de contágios.
“Mesmo com mais pessoas nas ruas, essas pessoas estão usando máscaras, mantendo distância e todas as orientações servem como somatório para que criamos barreiras à transmissão do vírus”, argumenta.
“Mesmo com mais pessoas nas ruas, essas pessoas estão usando máscaras, mantendo distância e todas as orientações servem como somatório para que criamos barreiras à transmissão do vírus”, argumenta.
O secretário ressaltou que Minas toma todas as ações com base em estudos de um comitê de enfrentamento da pandemia e que se entende perfeitamente com as prefeituras e com demais órgãos administrativos e jurídicos do estado. Carlos Eduardo Amaral reafirmou que espera o estresse da população com o isolamento, mas que cabe ao governo adaptar as medidas entre o momento e locais adequados, admitindo que as regras podem durar mais algumas semanas.
“O ‘Minas consciente’ é um programa muito sensato de distanciamento controlado e bem coordenado. Vai existir exaustão da sociedade em relação ao isolamento. É uma barreira emocional que tem que ser levada em consideração. Temos que ter noção de que se tudo correr bem, a tendência em Minas parece ser de um pico menor, e vamos lidar com isso por um grande prazo. O gestor tem que pensar e adaptar as medidas às necessidades da sociedade. O sofrimento vem com o distanciamento no longo prazo, temos que entender isso”.