O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (14), durante reunião com empresários da indústria, que por ele o Brasil adotaria o isolamento vertical. Ao fazer essa afirmação, Bolsonaro citou a Suécia como exemplo, mas se esqueceu de mencionar que o país tem mais mortes por COVID-19 que os vizinhos que adotaram o isolamento mais rígido.
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Bolsonaro interrompe reunião virtual por causa de participante peladoBolsonaro faz crítica a Maia: 'Se pensarmos em 2022, Brasil vai para o buraco'Bolsonaro convoca empresários a 'jogar pesado' contra Doria para evitar lockdown"Quem defendia mais a vida do seu eleitor, do cidadão do seu estado em relação aos outros. O governo federal nunca foi óbice. Se depender de mim, quase nada teria sido fechado, a exemplo da Suécia", finalizou.
Sem seguir as regras de isolamento, a Suécia registra um salto no número de casos. Com 10 milhões de habitantes, passou a casa dos 3 mil mortos há cerca de uma semana.
O Brasil, que tem população 21 vezes maior, registrou no mesmo período, o triplo de mortes. Por uma conta matemática, o índice de mortos pelo total de habitantes na Suécia é quase sete vezes maior que o do Brasil.
O Brasil, que tem população 21 vezes maior, registrou no mesmo período, o triplo de mortes. Por uma conta matemática, o índice de mortos pelo total de habitantes na Suécia é quase sete vezes maior que o do Brasil.
Os números no país escandinavo continuam subindo, e até esta quinta-feira (14), a Suécia registrava 28.582 casos confirmados e 3.592 mortes. Para cada milhão de habitantes, o país nórdico tem 2.830 casos e 349 óbitos.
Até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – que inicialmente também menospreza a COVID-19 e desestimulava o isolamento – passou a criticar a estratégia sueca.
Isolamento Vertical
Enquanto os vizinhos italianos, espanhóis e franceses sentiram o peso psicológico e econômico de seus confinamentos, os suecos passeavam por parques públicos e frequenta vam restaurantes durante a pandemia do novo coronavírus.
Desde o primeiro registro do vírus no país, em 31 de janeiro, o governo optou por não decretar a quarentena. A ideia de conter o vírus era apoiada apenas na consciência de cada cidadão.
Desde o primeiro registro do vírus no país, em 31 de janeiro, o governo optou por não decretar a quarentena. A ideia de conter o vírus era apoiada apenas na consciência de cada cidadão.
Apesar de o número de mortos e infectados ser semelhante ao dos demais países europeus em fevereiro deste ano, foi em maio que a Suécia começou a liderar o ranking de mortes.
Enquanto os suecos acreditavam que o vírus não iria se espalhar, os outros países mantinham a quarentena e as medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Enquanto os suecos acreditavam que o vírus não iria se espalhar, os outros países mantinham a quarentena e as medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com as projeções do próprio Banco Central sueco, a economia do país pode recuar até 9,7% em 2020 depois da adoção do isolamento vertical.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina