O presidente Jair Bolsonaro minimizou nesta quinta-feira, 14, em transmissão online no Facebook, eventuais impactos políticos que causaria a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, citada em depoimento do ex-ministro Sérgio Moro em inquérito que apura se houve ou não interferência do presidente na Polícia Federal. Segundo Bolsonaro, quem espera um "xeque-mate" contra seu governo vai "cair do cavalo".
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Carlos Bolsonaro volta a atacar Moro: 'Mau caráter''Por isso vou interferir', disse Bolsonaro após reclamar de falta de informações da PFBolsonaro sobre reunião com Maia: 'Voltamos a namorar'Bolsonaro cria 'salvo-conduto' para fraudes na gestão pública e gera reaçãoCaixa pagará nova parcela do auxílio emergencial a partir de segunda-feira'Se algum governador é contra decreto das academias, vá à Justiça', diz BolsonaroBolsonaro também reafirmou que não citou durante a reunião as expressões "Polícia Federal" nem "superintendência" e que não interferiu na PF. O presidente disse que nos trechos em que se refere a seus familiares, estaria demonstrando preocupação com a segurança de seus filhos, fonte de ansiedade para ele ainda maior do que o próprio bem-estar. De acordo com Bolsonaro, ele nunca tratou "de nada" sobre a PF e que "não tem como interferir" na instituição.
Na live, Bolsonaro também exibiu trechos de conversas entre a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e Sérgio Moro, então ministro da Justiça, no dia em que o ex-juiz da Lava Jato anunciou sua demissão do cargo no governo.
"Deixa eu entrar só 5 minutos. O Planalto que pediu, mas estou vindo não como parlamentar, mas como sua admiradora. Pelo NasRuas. Há 6 anos te defendo. Me ouve só um pouco. Tudo o que os criminosos querem é sua saída. Não dê esse gosto a eles, por favor. O Brasil precisa de vc", teria escrito Zambelli a Moro, a que ele teria respondido "Se o PR anular o decreto de exoneração, ok". "PR" é a sigla para "presidente da República", usada entre apoiadores de Bolsonaro.
"Vamos supor que eu tivesse exonerado a exoneração do sr. Valeixo. Ele Sérgio Moro dá a entender que cancelaria a coletiva dele, voltaria ao seu trabalho normal e não se falaria mais em interferência. Isso daqui mata de vez a história de interferir na Polícia Federal. Ponto final. Pá de cal nesse negócio aí", disse Bolsonaro, interpretando a troca de mensagens entre a deputada e o ex-ministro da Justiça.