Jornal Estado de Minas

REPERCUSSÃO

Saída de Teich causa preocupação em políticos e críticas a Bolsonaro

Após o anúncio da saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, autoridades, partidos políticos e entidades ligadas à saúde se manifestaram nas redes sociais, nesta sexta-feira (15). Em nota, a pasta informou que o ex-ministro pediu demissão.



Logo após o aviso da saída de seu sucessor, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta declarou de forma direta em uma rede social que é preciso ter "paciência" e "fé". Ele também falou em oração e fez referência à ciência.

Para o governador de São Paulo, João Doria, com a saída de Teich o "barco está à deriva".


 
"Mais um ministro da Saúde que acredita na ciência, deixa o governo Bolsonaro. No momento em que a curva de mortes pelo coronavírus acelera, o país perde com a saída de Nelson Teich. O barco está à deriva. Que Deus proteja o Brasil e os brasileiros", concluiu.
 
O governador do Maranhão, Flávio Dino, criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução do combate à pandemia no Brasil. Para ele, "a confusão que Bolsonaro cria é única no planeta".


 


"Espero que as instituições julguem o quanto antes a produção de tantos desastres, entre os quais a demissão de dois ministros da Saúde em meio a uma gigantesca crise sanitária. O Brasil merece uma gestão séria e competente", manifestou.
 
 
 
O governador do Ceará, Camilo Santana, declarou que a saída de mais um nome da pasta da Saúde “traz enorme insegurança e preocupação”. Na manhã desta sexta-feira (15), o Ceará superou o Rio de Janeiro no número de casos da COVID-19 e agora é o segundo estado brasileiro com mais infecções: 22.490.
 
 
 
"A saída do segundo ministro da Saúde em menos de um mês traz enorme insegurança e preocupação. É inadmissível que, diante da gravíssima crise sanitária que vivemos, o foco do Governo Federal continue sendo em torno de discussões políticas e ideológicas. Isso é uma afronta ao país", reiterou.



Outro a manifestar solidariedade ao ex-ministro foi o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. No Twitter, ele deixou clara a confiança depositada em Teich após afirmar que “é mais um herói que se vai” e criticou a postura de Bolsonaro em meio à crise no sistema de saúde. 
 
 
 
“Minha solidariedade, ministro Nelson Teich. Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente”, anunciou.

Para Major Olímpio, líder do PSL no Senado, com a exoneração, Teich escolheu ficar ao lado da “ciência” e da “medicina”. 
 
 

"O dia que Nelson Teich aceitou ser ministro eu fiz uma fala que muitos criticaram, dizendo: ele não fica mais de 30 dias ou senão vai ter que rasgar o seu diploma de médico e a sua biografia. Pois Teich não quis rasgar seu diploma, nem jogar fora a sua história de vida. Ele ficou do lado da ciência e do lado da medicina", declarou.


Teich discordou sobre uso da hidroxicloroquina


Nelson Teich assumiu o ministério em 17 de abril, em meio à pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), substituindo Luiz Henrique Mandetta

As saídas dele e de Mandetta têm relação com discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro sobre as medidas de isolamento social e o uso do hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes da COVID-19. O líder de governo insiste em posições que contrariam a ciência e a Organização Mundial da Saúde (OMS). 
 
*Estagiário sob supervisão da subeditora Kelen Cristina