O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta classificou a saída de seu sucessor, Nelson Teich, como “um mês perdido” no combate ao coronavírus no Brasil. Em entrevista concedida ao Correio Braziliense e à TV Brasília, Mandetta afirmou que o trabalho desempenhado por ele, como a ampliação do sistema de saúde e a construção de um relacionamento com a China para facilitar o acesso a equipamentos para o tratamento da doença, se perdeu.
O ex-ministro afirma que o Brasil não vai ficar todo em isolamento até setembro, já que há diferentes cenários espalhados pelo país. “Não vai ter uma receita de bolo para todo o território nacional. Cada localidade terá uma realidade e um sistema específico”, afirmou.
Quanto ao cenário pós-epidêmico, Mandetta disse que definitivamente teremos um novo normal. “O século 21 começa com o coronavírus, teremos o antes e o depois”, disse, referindo-se a mudanças em todos os campos.
Preocupação será maior com biossegurança
Ele foi mais específico quanto à necessidade de rever a centralização da produção de suprimentos de saúde e um novo regulamento sanitário, que vai influenciar até o direito de ir e vir das pessoas, que terão que apresentar um atestado biológico para entrar em um novo território: “Tudo passará para um novo patamar de realidade. Mesmo com uma vacina ou o efeito rebanho, nossa sociedade não será a mesma, com o mesmo patamar de total relaxamento em relação a biossegurança”.