O governo federal formalizou neste Sábado (16) a exoneração do médico oncologista Nelson Teich do cargo de ministro da Saúde. A exoneração "a pedido" está publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de hoje. Teich pediu demissão nesta sexta-feira após divergências com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em torno das medidas de combate ao novo coronavírus.
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Interino vai liberar cloroquina a mando de BolsonaroApós saída de Teich, governadores cobram apoio à ciência'A vida é feita de escolhas, e hoje escolhi sair', diz Nelson TeichTeich recusa convite para conselheiro da Saúde: "Não seria coerente"Bolsonaro desiste de pronunciamento e indica que irá a manifestação neste domingoBolsonaro despista imprensa e fala apenas com apoiadores no AlvoradaAssim como seu antecessor, Teich vinha tendo divergências com o presidente Bolsonaro sobre o isolamento social no combate à pandemia e o uso da cloroquina no tratamento da doença, justamente os dois principais pontos de embate entre Mandetta e Bolsonaro. No caso de Teich, no entanto, a cloroquina foi o estopim da nova crise, com a decisão do presidente de mudar o protocolo de uso do medicamento no combate à covid-19.
Pressionado a ampliar a prescrição do medicamento, apesar da falta de comprovação sobre sua eficácia para tratar o coronavírus, Teich já havia avisado Bolsonaro na quinta-feira semana que era preciso aguardar a conclusão de estudos científicos. Não adiantou: em transmissão ao vivo naquela noite, o presidente disse que faria a mudança no protocolo. "Quem manda sou eu", afirmou ele a auxiliares.
Teich pediu demissão no dia em que o governo completou 500 dias. Foi o nono ministro a deixar a Esplanada - o último deles havia sido o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, que comandava a Justiça e, ao sair, há 22 dias, acusou Bolsonaro de interferência política na Polícia Federal.