O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, declarou, na noite deste sábado (16), ser favorável ao congelamento de salários do funcionalismo público, ação esta condicionante para estados e municípios receberem o auxílio financeiro do governo federal. Em entrevista ao programa ‘Debate’, da Globonews, Zema disse que o momento pede ‘sacrifício de todos’, e evitou opinar sobre as ações do presidente Jair Bolsonaro no combate ao coronavírus.
Diante do quadro de desemprego e falta de renda nos estados, Zema defendeu, também, a redução dos vencimentos daqueles que ganham valores altos. O discurso vai de encontro com o do Ministro da Economia, Paulo Guedes, que pediu, nessa sexta-feira (15), a colaboração dos servidores neste momento difícil. A suspensão de reajuste é uma condicionante para que estados e municípios recebam o auxílio financeiro do governo federal, de até R$ 125 bilhões, que devem ser direcionados, por exemplo, ao combate à COVID-19, entre outras áreas. Também estão previstas suspensões de pagamentos de dívidas e liberação de renegociações.
Leia Mais
Bolsonaro desiste de pronunciamento e indica que irá a manifestação neste domingoZema alerta para um 'maio pior que abril' e dispara: 'Se lei resolvesse problema de caixa, ficaria satisfeito'Zema diz não ter dinheiro para pagar servidores e determina prioridades para aplicação de recursosGoverno de Minas não tem data para pagar salários de servidores em junhoBolsonaro publica vídeo de Zema falando da dificuldade de pagar servidores em MGComo a 'guerra' entre Bolsonaro e governadores pode ferir o BrasilZema na GloboNews sobre o coronavírus: 'Em Minas está sob controle'O plano do governo federal, que deve ser sancionado por Bolsonaro nos próximos dias, prevê o congelamento de salários de servidores públicos até o fim de 2021. Profissionais de saúde, de segurança pública, das Forças Armadas, além de trabalhadores da educação pública, servidores de carreiras periciais e profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social ficarão fora da lista de congelamento.
Nessa sexta, o governo de Minas detalhou a situação financeira do estado, que se agravou ainda mais devido à pandemia do coronavírus. Zema disse esperar um mês de maio ‘pior’ que o de abril, por causa da queda vertiginosa de receitas, e que não tem dinheiro para pagar o salário do funcionalismo público. Sobre a ajuda do governo federal, o governador disse que resolverá parte dos problemas, mas que não irá equalizar as contas.
Zema evita comentar sobre Bolsonaro
Durante a entrevista com Zema, outros governadores brasileiros também eram ouvidos, como Flávio Dino, de Maranhão, e João Dória, de São Paulo. Ambos não pouparam críticas a Bolsonaro. Perguntado sobre qual era a opinião sobre o presidente neste período de pandemia, o governador de Minas evitou polêmicas e disse que ‘sua questão é combater o coronavírus’.
“O que está sendo dito em Brasília não tem nos afetado aqui. Eu estou focado em combater o coronavírus em Minas Gerais. Se o presidente, ou ministro, está falando A, B, C ou D, para nós isso não tem feito diferença. A nossa questão é combater o corona. Eu venho da iniciativa privada e nunca fui de polêmicas. Eu gosto de agir e de resolver. E é isso que eu acho que estamos conseguindo fazer aqui em Minas Gerais”, concluiu.