O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, declarou, na noite deste sábado (16), ser favorável ao congelamento de salários do funcionalismo público, ação esta condicionante para estados e municípios receberem o auxílio financeiro do governo federal. Em entrevista ao programa ‘Debate’, da Globonews, Zema disse que o momento pede ‘sacrifício de todos’, e evitou opinar sobre as ações do presidente Jair Bolsonaro no combate ao coronavírus.
Diante do quadro de desemprego e falta de renda nos estados, Zema defendeu, também, a redução dos vencimentos daqueles que ganham valores altos. O discurso vai de encontro com o do Ministro da Economia, Paulo Guedes, que pediu, nessa sexta-feira (15), a colaboração dos servidores neste momento difícil. A suspensão de reajuste é uma condicionante para que estados e municípios recebam o auxílio financeiro do governo federal, de até R$ 125 bilhões, que devem ser direcionados, por exemplo, ao combate à COVID-19, entre outras áreas. Também estão previstas suspensões de pagamentos de dívidas e liberação de renegociações.
“Eu concordo com o ministro Guedes, sim. Porque no momento em que milhões de brasileiros estão perdendo os seus empregos, estão tendo a sua renda duramente afetada, o mínimo que nós temos de esperar de nós que estamos no setor público, é falar: “Nós vamos continuar ganhando o mesmo”. Na minha opinião, para aqueles que ganham muito, deveria haver redução salarial, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já propôs uma vez. É um momento de sacrifício de todos, principalmente daqueles que têm salários milionários. Então eu concordo totalmente com a posição do ministro Guedes”, afirmou Zema.
O plano do governo federal, que deve ser sancionado por Bolsonaro nos próximos dias, prevê o congelamento de salários de servidores públicos até o fim de 2021. Profissionais de saúde, de segurança pública, das Forças Armadas, além de trabalhadores da educação pública, servidores de carreiras periciais e profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social ficarão fora da lista de congelamento.
Nessa sexta, o governo de Minas detalhou a situação financeira do estado, que se agravou ainda mais devido à pandemia do coronavírus. Zema disse esperar um mês de maio ‘pior’ que o de abril, por causa da queda vertiginosa de receitas, e que não tem dinheiro para pagar o salário do funcionalismo público. Sobre a ajuda do governo federal, o governador disse que resolverá parte dos problemas, mas que não irá equalizar as contas.
Zema evita comentar sobre Bolsonaro
Durante a entrevista com Zema, outros governadores brasileiros também eram ouvidos, como Flávio Dino, de Maranhão, e João Dória, de São Paulo. Ambos não pouparam críticas a Bolsonaro. Perguntado sobre qual era a opinião sobre o presidente neste período de pandemia, o governador de Minas evitou polêmicas e disse que ‘sua questão é combater o coronavírus’.
“O que está sendo dito em Brasília não tem nos afetado aqui. Eu estou focado em combater o coronavírus em Minas Gerais. Se o presidente, ou ministro, está falando A, B, C ou D, para nós isso não tem feito diferença. A nossa questão é combater o corona. Eu venho da iniciativa privada e nunca fui de polêmicas. Eu gosto de agir e de resolver. E é isso que eu acho que estamos conseguindo fazer aqui em Minas Gerais”, concluiu.