A União Nacional do Estudantes (UNE) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, seja responsabilizado por declarações ofensivas contra a entidade estudantil. Em novembro do ano passado, o ministro se referiu à UNE como 'máfia' e 'tigrada' em publicação nas redes sociais.
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O ministro, considerado um dos pilares da chamada ala ideológica do seu governo, também chegou a escrever que a UNE 'deveria começar a fabricar cachimbos' para repor a perda financeira com o início da confecção eletrônica das carteirinhas estudantis pelo governo federal.
O advogado responsável pela ação, Humberto Fabretti, defende que a entidade tem sido 'vítima de uma série de ofensas que tem a clara intenção de prejudicar não somente a UNE, mas também estigmatizar uma parcela dos estudantes universitários ao associá-los ao consumo de drogas, arruaças, balburdia etc'.
Em março, a ministra Carmen Lucia, do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a pedir que Abraham Weintraub apresentasse explicações sobre as declarações. O ministro informou que as publicações não tiveram intenção de ofender ou difamar a entidade estudantil.
A UNE não comprou a justificativa. Para a entidade, os termos usados pelo ministro têm 'evidente sentido pejorativo e ofensivo'. "É simplesmente impossível dizer que uma instituição configura uma máfia sem que isso seja ofensivo", argumenta Fabretti na ação.
Em sua página no Twitter, o Weintraub não economiza críticas à entidade estudantil. As publicações animosas ganharam espaço logo no início de sua gestão à frente da pasta, em abril do ano passado, após demissão de Ricardo Vélez. O titular caiu por pressão de manifestantes contra o contingenciamento de recursos na educação.
Hoje Weintraub também está em posição frágil. Além da recusa em lotear seu ministério, falas contra integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) na reunião do dia 22 de abril e o impasse sobre o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) contribuem para o desgaste.
COM A PALAVRA, ABRAHAM WEINTRAUB
Até a publicação desta matéria, a reportagem aguarda resposta do ministro Abraham Weintraub, sem sucesso. O espaço permancece aberto para manifestação.