Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

'Hoje teremos novo protocolo sobre a cloroquina', diz Bolsonaro

Jair Bolsonaro (sem partido), presidente da República, disse na manhã desta quarta-feira que o Ministério da Saúde anunciará um novo protocolo relacionado à cloroquina. O governante insiste desde o início da pandemia do novo coronavírus na tese de que o medicamento pode ser usado no tratamento dessa doença.



“Dias difíceis. Lamentamos os que nos deixaram. Hoje (quarta-feira) teremos novo protocolo sobre a cloroquina pelo Ministério da Saúde. Uma esperança, como relatado por muitos que a usaram. Que Deus abençoe o nosso Brasil”, disse Bolsonaro, nas redes sociais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a utilização da cloroquina e seus derivados no tratamento da COVID-19 e adota cautela. Segundo a porta-voz do órgão, ainda é preciso mais tempo até se recomendar o uso para a população. "Precisamos de tempo para ter os números e saber o real efeito", disse Margaret Harris, na última sexta-feira. Os estudos ainda estão em andamento.

A discussão acerca da utilização da cloroquina é um dos motivos para as duas trocas no Ministério da Saúde, citadas indiretamente por Bolsonaro na mensagem,  durante a pandemia. Em 16 de abril, Luiz Henrique Mandetta foi demitido, enquanto Nelson Teich renunciou na última sexta-feira.



Desde a saída de Teich, Eduardo Pazuello assumiu a chefia da pasta de forma interina. O novo protocolo que deve ser assinado nesta quarta recomendará o uso da cloroquina a partir dos primeiros sintomas da COVID-19.

"Pode ser que lá na frente digam que foi placebo. Mas pode ser que digam que curava. Na minha consciência, não vai ter isso. Toma quem quiser. Quem não quiser, não toma (...) Quem for de direita toma cloroquina, quem for de esquerda toma Tubaína”, ironizou Bolsonaro, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais nessa terça-feira, data que registrou 1179 mortos pela doença no país, recorde no Brasil em 24 horas.

No Brasil, 17.971 pessoas já morreram de coronavírus. No total, 271.628 pessoas foram infectadas no país. Os dados, divulgados nessa terça, são do Ministério da Saúde. De acordo com a Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o Brasil é o terceiro no ranking mundial de casos confirmados. Já em relação aos óbitos, o país é o sexto.