O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) criticou o Banco do Brasil no Twitter depois que a instituição financeira optou por retirar anúncios de um site bolsonarista.
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"Oii, Banco do Brasil, tudo bem? Realmente é bom ter a facilidade de usar um app em tempo de pandemia, mas não precisava anunciá-lo em um site conhecido por espalhar fake news e que é contra o isolamento social. Pls considere bloquear", tuitou o Sleeping Giants Brasil, com uma captura de tela do anúncio. "Agradecemos o envio da informação, comunicamos que os anúncios de comunicação automática foram retirados e o referido site bloqueado. Repudiamos qualquer disseminação de fake news", respondeu o perfil oficial do banco brasileiro.
Conta do presidente da República
A crítica de Carlos Bolsonaro, no entanto, foi publicada, apagada e republicada. Isso porque a primeira postagem trazia uma captura de tela do diálogo entre a Sleeping Giants e o Banco do Brasil na qual era possível ver que o vereador estava logado na conta do presidente da República quando fez a captura.
Usuários questionaram Carlos Bolsonaro, que confirmou o acesso ao perfil do pai presidente. "Sim. Havia printado de sua conta. E qualquer imbecil sabe que tenho acesso a ela. Agora corrigido. Quanto a lacração, se fosse mais inteligente, talvez entenderia o que quero dizer", explicou Carlos.
Também no Twitter, o chefe da Secretaria Especial de Comunicação do governo federal (Secom), Fabio Wajngarten, saiu em defesa do site bolsonarista. "Os jornais independentes são muito importantes e devem ser valorizados no exercício da liberdade de expressão. O Sleeping Giants Brasil precisa urgentemente deixar o viés ideológico de lado na hora de fazer suas supostas denúncias. Dormiram no ponto e acabaram mostrando a quem servem", defendeu o chefe da Secom.
Sleeping Giants Brasil
A versão brasileira da Sleeping Giants emula uma iniciativa homônima surgida nos Estados Unidos pelas mãos de Matt Rivitz, um publicitário que decidiu criar a conta no Twitter para constranger empresas cujos anúncios ajudam a financiar sites da extrema-direita americana. A conta no Twitter surgiu em novembro de 2016, e agora há versões em diversos países.
A conta brasileira foi criada em maio de 2020 e tem até o momento 23,4 mil seguidores. Na descrição do perfil aparece a frase: "Tentamos impedir que sites racistas ou de Fake News monetizem através da publicidade. Muitas empresas não sabem que isso acontece, é hora de contar a elas."