A família Bolsonaro segue defendendo uma flexibilização das medidas de isolamento social adotadas durante a pandemia da COVID-19. Desta vez foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, que falou sobre o tema, se mostrando resignado, inclusive, com a possibilidade de perder membros de sua família.
Na live com o empresário Álvaro Garnero, o deputado Eduardo Bolsonaro disse que %u201Cé melhor o jovem pegar primeiro%u201D%u2019 a covid. Melhor pra quem? O pior ainda vem ao final: %u201CMinhas avós, que tem mais de 80 anos, pode ser que morram. Mas fazer o que?%u201D. FAZER O QUÊ? Fique em casa. %uD83C%uDFE1 pic.twitter.com/EPL7X7lMMH
%u2014 George Marques %uD83C%uDFE1%uD83C%uDDE7%uD83C%uDDF7 (@GeorgMarques) May 20, 2020
“É o que o presidente fala, desculpa trazer a má notícia para vocês, mas a realidade é: pessoas serão contaminadas, algumas delas morrerão. Isso vai acontecer, é lamentável. Queríamos que não morresse nenhuma. Talvez as minhas avós, as duas são vivas, graças a Deus, mas já tem uma idade avançada. Mais de 80 anos uma, e a outra 93, 94. Pode ser que pegue e venha a falecer, mas... O que que a gente pode fazer?”, afirmou o deputado durante uma live no Instagram com o empresário Álvaro Garnero.
Eduardo Bolsonaro ainda citou um suposto ‘consenso na classe médica’ de que as pessoas devem ser contaminadas pelo coronavírus, para a ‘pandemia passar’. Com base nessa afirmação, disse que seria bom se os jovens fossem infectados
“É consenso na classe médica. Enfim, os infectologistas eles falam: a pandemia só vai passar depois que 60% a 70% das pessoas tiverem infectadas. Então meus caros, dos 200 milhões de brasileiros, 140 milhões vão pegar o Covid. Desses 140 milhões, é melhor que os jovens peguem primeiro”, disse o parlamentar.
Sem consenso
Como se trata de um novo patógeno, o coronavírus segue sendo estudado pela comunidade científica mundial e ainda não há consenso sobre a 'imunização em massa' sustentada por Eduardo Bolsonaro.Diante da indisponibilidade, até o momento, de medicamentos e vacinas específicas que curem e impeçam a transmissão do coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam uma série de “medidas não farmacológicas”.
Tais medidas, como o distanciamento social, etiqueta respiratória e de higienização das mãos são, de acordo com os órgãos de saúde, “as únicas e mais eficientes medidas no combate à pandemia”.