Um mural em Ribeirão Preto com o retrato de Marielle Franco, vereadora assassinada em março de 2018, no Rio de Janeiro, foi pichado com insultos, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Sobre o rosto da militante dos direitos dos negros e das mulheres foram grafadas, com tinta vermelha, as palavras "vaca" e "foi tarde".
O grafite havia sido pintado em maio de 2018 pelo artista Áureo Melo, o "Lobão", em um muro da avenida Maurílio Biagi, na zona leste da cidade, como homenagem à política.
O vandalismo gerou repercussões em redes sociais.
A advogada Maria Eugênia Biffi, presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Ribeirão Preto, vai pedir aos órgãos policiais a apuração da autoria.
Segundo ela, a mensagem deixada pelo autor do vandalismo reproduz condutas machistas e discriminatórias, que atentam contra princípios constitucionais e os direitos das mulheres.
"A mensagem pichada afronta a história dos movimentos sociais e das lutas das minorias, já que Marielle era parte significativa dos ganhos políticos de mulheres, negros e LGBTI", disse em nota.
A Secretaria da Cultura do município vai contatar o artista, que é de Ribeirão Preto, mas tem ateliê no Rio de Janeiro, para refazer o grafite.
Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros dentro do carro dirigido por ele, no Rio, onde ela exercia o mandato de vereadora pelo PSOL.
Dias antes de morrer, ela havia denunciado a violência policial em comunidades cariocas.
O PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz foram presos pelos crimes. A Polícia Federal ainda apura se eles agiram a mando de alguém.
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