Em rápido pronunciamento na noite desta quinta-feira, na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), fez um balanço das atual situação financeira do estado e mostrou preocupação com as contas públicas a partir do mês de junho. O chefe do Executivo estuda fazer uma readequação no fluxo de pagamento dos servidores até que a situação econômica possa se normalizar, o que poderá atrasar os salários de alguns setores.
"Compartilhei com os poderes a preocupação para o cenário em junho. Devemos ter uma dificuldade de pagar as contas. Não haverá receitas extraordinárias"
Romeu Zema, governador de Minas
Antes, o governador se reuniu com lideranças dos poderes Legislativo e Judiciário para discutir soluções para o Estado. Participaram do encontro o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus Filho, o procurador-geral de justiça do Estado, Antônio Sérgio Tonet, o presidente do Tribunal de Justiça de Minas, Nelson Missias, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Mauri Torres, além do vice-governador Paulo Brant.
“Compartilhei com os poderes a preocupação para o cenário em junho. Devemos ter uma dificuldade de pagar as contas. Não haverá receitas extraordinárias. Os poderes entenderam a situação do Estado e querem participar de um esforço para passarmos esse período de dificuldade”, afirmou Zema, que também se reuniu virtualmente com o presidente Jair Bolsonaro para discutir ajuda para os estados.
Zema lamentou ainda que seu governo tenha de repassar uma quantia de R$ 7 bilhões para as prefeituras, quantia que deveria ser paga durante o mandato de Fernando Pimentel. Mas o governador mostrou-se otimista. Para ele, o diálogo entre os poderes poderá ser fundamental para solucionar o déficit de Minas no futuro: “A crise não é eterna. Os poderes estão avaliando o que pode ser feito. Não propus nenhuma redução de valor e sim uma readequação no fluxo de pagamentos até que a pandemia passe e o estado possa recuperar a arrecadação”.
Zema também fez esclarecimentos sobre a questão financeira nos meses de abril e maio, quando o Estado conseguiu pagar os servidores, ainda que com atraso. "Em abril, conseguimos pagar os duodécimos e o funcionalismo de um crédito de R$ 782 milhões do Bemge. Já em maio, só conseguimos fechar a conta devido a um recebimento que caiu na conta do estado de 1 bilhão de depósito judicial feito pela Vale. Entrou como medida compensatória e reparatória dos cofres do estado. Mesmo durante a pandemia, conseguimos passar abril e maio”.
Na reunião com Bolsonaro, o governador afirma ter conseguido um repasse que poderá ajudar na quitação das dívidas, mas que será insuficiente: “Virá uma ajuda do governo federal para Minas no valor de quatro parcelas de R$ 748 milhões cada. Não tem data certa para essas parcelas. Uma chegará em junho, as demais provavelmente em julho, agosto e setembro. Mas elas não serão suficientes para cobrir o rombo nos próximos meses, sobretudo pela queda no ICMS. Em abril, a queda foi de R$ 1 bilhão. Em maio, R$ 2 bilhões”.