Jornal Estado de Minas

Paulo Marinho diz ter entregue ao MPF provas sobre vazamentos na PF

O empresário Paulo Marinho, que afirma que o senador Flávio Bolsonaro foi avisado com antecedência da operação Furna da Onça, da Polícia Federal, afirmou ter entregue novas provas do caso ao Ministério Público Federal (MPF), nesta quinta-feira (21), no Rio de Janeiro. Ele foi ouvido, pela segunda vez, no âmbito de um procedimento apuratório criminal aberto para investigar vazamentos na superintendência da corporação em solo carioca.



D acordo com Marinho, ele foi orientado a não divulgar as informações que repassou e as declarações que fez, para não atrapalhar as investigações. No entanto, ele ressaltou que confirmou todas as declarações dadas ao jornal Folha de São Paulo. Na entrevista ao veículo de imprensa, Marinho declarou que Flávio recebeu a informação sobre a operação ainda em 2018 e que a ação policial foi atrasada para não atrapalhar a campanha do pai dele, Jair Bolsonaro, à Presidência.

Bolsonaro foi eleito com 57 milhões de votos e a operação foi deflagrada dias depois, mirando Fabrício queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). "Estive aqui, convocado para depor, repeti meu depoimento de ontem (quarta). Talvez com riqueza de detalhes maior porque a investigação aqui (no MPF) é mais ampla (do que a da PF). Trouxe provas, deixei as provas nas mãos do procurador e ele me recomendou (...) que não declarasse ou divulgasse o teor do meu depoimento aqui. O que posso dizer aqui é que confirmei integralmente o conteúdo da entrevista que dei no domingo à Folha de S.Paulo, com outros detalhes, e entregando minhas provas", disse o empresário.

Ao deixar o prédio do Ministério Público, Marinho afirmou que ficou perplexo ao ler, no site O Antagonista, que suas contas pessoais estão sendo devassadas por ordem de autoridades em Brasília. "A questão que me deixou mais perplexo foi a notícia que li hoje de manhã num site prestigioso que informa que estão sendo feitas devassas nas minhas contas pessoais por pessoas poderosas de Brasília. Por conta dessa notícia, aproveitei o depoimento que dei agora e solicitei ao procurador que tomasse as medidas devidas em relação a essa notícia e apurasse a veracidade", completou.