Jornal Estado de Minas

APREENSÃO DE CELULARES

Presidente da OAB 'rechaça' nota do ministro Augusto Heleno sobre interferência entre Poderes

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, publicou mensagem em rede social rechaçando nota do ministro Augusto Heleno, em que o chefe do Gabinete de Segurança Institucional condena pedidos judiciais de apreensões dos celulares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).



“General Heleno, as instituições democráticas rechaçam o anacronismo de sua nota. Saia de 64 e tente contribuir com 2020, se puder. Se não puder, #ficaemcasa.”, publicou o presidente da OAB em sua conta no Twitter.



Heleno classificou como 'inconcebível' e 'inacreditável' a decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que nesta sexta-feira enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedidos de depoimento e de apreensão do celular do presidente Bolsonaro e do filho Carlos Bolsonaro (Republicanos) no âmbito do inquérito aberto na Corte após as declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.

De acordo com o general militar, a decisão favorável à apreensão “seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo” e essa “interferência inadmissível” entre os Poderes “poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.



Leia a nota do ministro Augusto Heleno na íntegra:

"Brasília, DF, 22 de maio de 2020

O pedido de apreensão do celular do Presidente da República é inconcebível e, até certo ponto, inacreditável.

Caso de efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder, na privacidade do Presidente da República e na segurança institucional do País.

O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que qual atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional"