Em vídeo divulgado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, atacou a democracia e criticou governadores e prefeitos pela atuação deles durante a pandemia do novo coronavírus.
"A pandemia vai passar, mas governadores e prefeitos responderão processos e nós vamos pedir inclusive a prisão de governadores e prefeitos. E nós estamos subindo o tom e discursos tão (sic) chegando. Nosso ministério vai começar a pegar pesado com governadores e prefeitos", afirmou a ministra.
Damares pontuou que mulheres e idosos estão sendo algemados e jogados em camburões por desrespeito às normas previstas nos decretos municipais e estaduais para frear o novo coronavírus.
Também afirmou que padres estão sendo multados em R$ 90 mil por promoverem celebrações em cidades brasileiras.
Na mesma semana em que adolescentes negros foram mortos a tiros no Rio de Janeiro por operações promovidas pelo estado, Damares disse que estados e municípios, em razão dos decretos, fazem “a maior violação de direitos humanos da história do Brasil nos últimos 30 anos”.
Cassinos e diabo
Durante a mesma reunião, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), pediu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apoio para levar ao Congresso Nacional um Projeto de Lei para permitir a integração de cassinos aos resorts brasileiros.
Marcelo ressalta que os chamados “resorts compartilhados” podem trazer US$ 40 bilhões por ano ao Brasil, apelando para o ministro da Economia, Paulo Guedes, para que o apoiasse.
Em meio a sua fala, o ministro do Turismo percebe que a colega Damares Alves não estava favorável à ideia dos cassinos.
“Obviamente, presidente, uma pauta que precisa de ser construída. A Damares está olhando com cara feia pra mim. Uma pauta que precisa de ser construída com as bancadas da Câmara, tanto a evangélica, quanto a católica, mostrando ou desmistificando vários mitos que giram em torno disso”, disse.
Em sua resposta, Damares foi categórica. “(Isso é) pacto com diabo”, garantiu a ministra.