Jornal Estado de Minas

Meio Ambiente

Ricardo Salles sugere aproveitar foco na COVID-19 para 'passar boiada'

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sugeriu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que aproveitasse o fato de que as atenções no Brasil estejam voltadas ao combate da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) e que propusesse alteração de regulamentos para simplificar normas no país. Além de citar que a estratégia poderia se aplicar a qualquer pasta, Salles se referiu especificamente ao ministério ao qual comanda e exemplificou com a ‘simplificação da Mata Atlântica’.



Segundo Ricardo Salles, a atenção da imprensa, da população, do judiciário e do Congresso está concentrada no enfrentamento ao vírus. “Nós temos a possibilidade nesse momento que a atenção da imprensa tá voltada exclusiva, quase que exclusivamente para a COVID, (...), a oportunidade que nós temos, que a imprensa não está, está nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação, simplificação, todas as reformas”, argumentou.

O ministro usou a expressão ‘passar a boiada’ para destacar que, enquanto os olhos do país estão voltados para a COVID-19, era possível aprovar os textos propostos pelo Planalto. “Para isso, precisa ter um esforço nosso aqui, enquanto estamos neste momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de COVID, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas”, indicou.

“Agora é hora de unir esforços para dar de baciada a simplificação de regulamentos ... é de regulatório que nós precisamos, em todos os aspectos”, complementou Salles, afirmando que não era preciso passar o projetos por votações na Câmara dos Deputados e no Senado. “Não precisamos de Congresso. Porque coisa que precisa de Congresso também, nesse fuzuê que está aí, nós não vamos conseguir aprovar. Agora tem um monte de coisa que é só, parecer, caneta, parecer, caneta”, disse.

Apoio da AGU

Ricardo Salles ainda lembrou que o judiciário poderia tentar barrar as medidas e que a Advocacia-Geral da União (AGU) deveria estar pronta para combater cada cobrança. “Para isso nós temos que estar com a artilharia da AGU preparada para cada linha que a gente avança ter uma coisa, mas tem uma lista enorme. Em todos os ministérios que têm papel regulatório aqui, para simplificar”, finalizou.