Durante a reunião ministerial de 22 de abril, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu veementemente a privatização do Banco do Brasil. O vídeo do encontro teve o sigilo derrubado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Leia Mais
Bolsonaro diz que não entregará telefone: 'Só se eu fosse um rato'Celso de Mello adverte Bolsonaro: descumprir decisão judicial é crime 'Vai trocar, se não puder trocar, troca o chefe e o ministro', diz Bolsonaro em vídeo'Vamos pedir a prisão de governadores e prefeitos', afirma Damares em vídeoRicardo Salles sugere aproveitar foco na COVID-19 para 'passar boiada''Vou interferir, ponto final', diz Bolsonaro ao reclamar das forças de inteligência''Bosta'' e ''estrume'': Bolsonaro xingou Doria e Witzel em reunião Bolsonaro: 'É facílimo impor ditadura no Brasil. Por isso quero que o povo se arme'Weintraub: 'Por mim, botava esses vagabundos na cadeia, começando no STF'TCU ordena que Banco do Brasil suspenda propaganda em sites ligados a fake newsDoria: País está atônito com nível da reunião, que revela descaso com democracia
O presidente do banco, Rubem Novaes, participou do encontro. Em determinado momento, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pergunta, em direção a Rubem: “O Banco do Brasil não fala nada, não?”.
É aí que Guedes intervém e emite sua opinião sobre o BB. Ele faz menção, ainda, ao fato de o banco ser uma empresa de capital misto, resultante da união entre o Estado e acionistas privados.
“O Banco do Brasil ‘não é tatu nem cobra’. O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem, coitado... Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: ‘bota o juro baixo’, ele: ‘não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam." . Aí se falar assim: ‘bota o juro alto’, ele: ‘não posso, porque senão o governo me aperta’ O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização".
"Em 2023 você confessa"
A conversa segue e, então, Rubem Novaes começa a falar sobre a atuação do Banco do Brasil. Ele cita a expansão dos empréstimos feitos pela entidade. Guedes interrompe a explanação e pede para que o presidente do banco ‘confesse’ um sonho.A transcrição da conversa, feita pela Polícia Federal, dá a entender que o suposto ‘sonho’ de Rubem é a venda do Banco do Brasil. Ele começa a falar sobre o tema, quando Bolsonaro faz uma interrupção: ‘Faz assim: só em vinte e três cê (sic) confessa, agora não’.
Rubem, contudo, volta ao assunto. “Em relação à privatização, acho que fica claro que, com o BNDES cuidando do desenvolvimento e com a Caixa cuidando da área social, o Banco do Brasil estaria pronto para um programa de privatização, né?”, pergunta.
É quando Bolsonaro volta a tomar a palavra e reitera que a questão deve ser discutida em 2023. A próxima eleição presidencial, vale lembrar, está prevista para ocorrer um ano antes.