A entrevista do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro ao Fantástico, da TV Globo, nesse domingo (24), segue repercutindo nos bastidores da política. Nesta segunda-feira (25), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), acusou Moro de proteger o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) nas investigações da Lava Jato e que era ‘seletivo’ em condenar apenas pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT).
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Financial Times diz que 'populismo de Bolsonaro está levando o Brasil ao desastre'Moro classifica entrevista como 'verdades inconvenientes' e volta a questionar alianças de BolsonaroMoro sobre ira de apoiadores de Bolsonaro com denúncia de interferência na PF: 'Verdade inconveniente'Carla Zambelli a Moro: 'Você não estava à venda porque já estava vendido'Carla Zambelli antecipou operação da Polícia Federal contra governo do RioFora da agenda, Bolsonaro se convida para ir à PGR encontrar Augusto Aras“Durante o período em que o Sergio Moro ficou como juiz, a única pessoa que ele prendeu fora do PT, de grande escala, foi o Eduardo Cunha. Não tivemos prisões no mensalão tucano, de vários mensaleiros tucanos que já estavam sem foro privilegiado”, disse Zambelli, em entrevista ao programa ‘Timeline’, da Rádio Gaúcha.
Perguntada por um dos apresentadores do programa se Moro protegia o PSDB, Zambelli afirmou que ‘era isso que queria dizer'. A deputada espera uma candidatura de Moro nas próximas eleições, mas que ainda não sabe por qual partido o ex-ministro sairá. A aliada de Bolsonaro reforçou as críticas ao ex-juiz dizendo que ele preferia investigar e condenar membros do PT.
“Eu não sei se ele será candidato pelo PSDB ou Podemos, do Álvaro Dias (senador pelo Paraná), mas eu acho que ele tinha predileção de investigar e condenar o PT, legitimamente”, afirmou.
A deputada disse que chegou a tal conclusão após comentários de agentes da Polícia Federal de que a ‘Lava Jato era muito em cima do PT'.
Zambelli também acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), de usar a Polícia Civil para investigar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filhos de Jair Bolsonaro, em benefício próprio. De acordo com a deputada, ex-aliados de Witzel disseram a ela que o governador pretende lançar sua candidatura à presidência em 2022.