Apoiadores de Jair Bolsonaro que foram ver o presidente na entrada do Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira (25/5), hostilizaram os jornalistas que trabalhavam no local com gestos, gritos e xingamentos de "lixo".
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O espaço reservado aos jornalistas fica próximo ao destinado aos apoiadores que vão ao palácio para ver o presidente. As manifestações hostis são frequentes, mas, nesta segunda-feira, foram mais virulentas.
Como os ataques vêm aumentando, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) instalou duas grades para aumentar o espaço entre os dois grupos. No entanto, nos últimos dias, das duas grades, apenas uma estava no local, além de uma fita de contenção, geralmente ignorada pelos bolsonaristas.
Hostilidade e agressões
Os jornalistas que cobrem o presidente Bolsonaro têm sido alvos constantes de assédio. Em uma ocasião, um humorista que estava com o presidente no Alvorada ofereceu bananas aos repórteres, depois de o próprio presidente cruzar por duas vezes os braços, em um gesto que significa "dar uma banana".
No domingo 17, uma repórter da TV Bandeirantes foi atingida por uma bandeirada ao cobrir um ato de apoio ao presidente. A mulher que segurava o objeto, uma servidora pública, alegou ter sido um acidente.
E, no início do mês, o fotógrafo Dida Sampaio, do jornal O Estado de S. Paulo, foi agredido por bolsonaristas. Segundo consta na ocorrência da Polícia Civil, o repórter fotográfico informou que fazia a cobertura de uma manifestação e estava tirando fotos do presidente da República quando começou a ser hostilizado. Algumas pessoas teriam colocado bandeiras na frente da câmera, tentando impedir os registros.
Na sequência, os manifestantes começaram a colocar a mão na lente da câmera e a agredir o profissional. O homem, que usava uma escada pequena para ter uma visão melhor, acabou sendo empurrado, caiu e bateu a cabeça no chão. A partir daí, ele se levantou para tentar sair da aglomeração e começou a ser agredido com socos e chutes.