A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) criticou, em entrevista à Rádio Gaúcha nesta segunda-feira (25/5), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. A deputada da base do presidente Jair Bolsonaro disse que Moro, na época em que era juiz federal, protegia o PSDB e "tinha predileção em condenar o PT".
"Durante o período em que o Sergio Moro ficou como juiz, a única pessoa que ele prendeu de fora do PT, de grande escala, foi o Eduardo Cunha. Não tivemos prisões do Mensalão tucano, de vários mensaleiros tucanos que estavam sem foro privilegiado. Não vou ser injusta com o ministro", lembrou a parlamentar.
Zambelli então foi questionada se queria dizer que Moro protegia o PSDB e se o ex-ministro tinha interesse em ser candidato pelo partido. "É isso o que estou dizendo. Não sei se vai ser candidato pelo PSDB ou pelo Podemos, mas acho que ele tinha predileção em investigar e condenar o PT legitimamente. Não estou dizendo que a condenação é ilegítima. Mas, ouvintes, estejam atentos à figura completa".
Relação azedada
Zambelli e Moro eram bem próximos enquanto o ex-ministro estava no governo de Jair Bolsonaro. O ex-juiz chegou a ser padrinho de casamento da deputada. Mas a relação começou a azedar após a saída dele do Ministério da Justiça.
Zambelli não gostou quando Moro exibiu prints de mensagens das conversas entre os dois. No material divulgado, a deputada insistia para que ele não deixasse o governo e sugeriu que o então ministro aceitasse a troca de comando na Polícia Federal e aceitasse uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Como resposta, Moro escreveu: "Não estou à venda", o que, para Zambelli, foi uma resposta calculada.