Há muito tempo não se via um clima de tanta euforia no Palácio do Planalto. Quem esteve com o presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (26/05) diz que ele está exultante diante da operação da Polícia Federal que pegou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Para os mais próximos, afirma que o adversário foi abatido com 'um tiro de canhão'.
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Bolsonaro acredita que, à medida que as investigações forem avançando e as provas contra Witzel aparecendo, a oposição contra o governador no estado poderá resultar em um processo de afastamento aberto pela Assembleia Legislativa. Aquela casa, ressalta outro assessor presidencial, é bolsonarista.
De joelhos
A partir de agora, a ordem do Planalto é para que todos os aliados do presidente no Rio partam para cima de Witzel, não deixando espaço para reação. O Planalto sabe que esta guerra não será fácil, mas se gaba de o governador do Rio estar quase de joelhos.
No que o governo federal puder fustigar Witzel, o fará sem dó nem piedade. Até porque o Planalto quer transferir parte da crise que assombra Bolsonaro para o Rio e para outros estados — sim, outros governadores estão na mira da PF, como afirmou a deputada Carla Zambelli.
“Uma coisa é certa, Witzel não terá vida fácil. Daqui por diante, todo tempo dele será gasto para se defender do indefensável”, ressalta um interlocutor do presidente. O governador do Rio garante que é inocente e que está sendo vítima da “ditadura” criada por Bolsonaro.