O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro publicou em sua página no Twitter uma troca de mensagens entre ele e o presidente Jair Bolsonaro sobre a Polícia Federal (PF). Na mensagem, já tornada pública no mês passado, Bolsonaro enviou uma notícia sobre inquérito das fake news na qual dizia que a investigação estava "na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas" e escreveu: "Mais um motivo para a troca", referindo-se à mudança da direção-geral da PF.
A Polícia Federal tem que trabalhar com autonomia.Que sejam apurados os supostos crimes no RJ e também identificados os autores da rede de fake news e de ofensas em massa.Diante das denúncias de interferência na PF, o Min.Alexandre manteve os delegados que estavam na investigação pic.twitter.com/XBO0e1wLyD
%u2014 Sergio Moro (@SF_Moro) May 27, 2020
29 mandados de busca e apreensão em investigação de fake news conduzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O inquérito é justamente o mesmo da notícia enviada pelo presidente ao ex-ministro.
A mensagem foi publicada por Moro no dia em que a PF cumpre Bolsonaro queria que o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, ficasse à frente da corporação no lugar de Maurício Valeixo. Moro pediu demissão no dia em que Valeixo foi exonerado acusando Bolsonaro de interferência política na PF. A acusação gerou um inquérito que está aberto no Supremo Tribunal Federal (STF).
"A Polícia Federal tem que trabalhar com autonomia. Que sejam apurados os supostos crimes no RJ e também identificados os autores da rede de fake news e de ofensas em massa. Diante das denúncias de interferência na PF, o Ministro Alexandre manteve os delegados que estavam na investigação", escreveu Moro nesta quarta-feira.
Entre os alvos da operação da PF, estão o blogueiro Allan dos Santos, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL/SP) e o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan. Todos são aliados do presidente Jair Bolsonaro.