O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se exaltou na manhã desta quinta-feira em um discurso em frente ao Palácio da Alvorada. Ao falar sobre a operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nessa quarta-feira, que mira empresários, políticos e youtubers que o apoioam e foram alvo da ação por, segundo o STF, fazerem parte de um esquema de divulgação de fake news, o governante foi taxativo ao começar dizendo: “Acabou, porra”.
“Acabou. Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas individuais”, disse, em certo momento. “A liberdade de expressão é sagrada. Me coloco no lugar de todos aqueles que tiveram a sua propriedade privada invadida na madrugada. Me coloco no lugar deles, eu, minha esposa e duas filhas, tendo a Polícia Federal batendo na minha porta”.
Nessa quarta, os investigados negaram os crimes e atacaram o Supremo Tribunal Federal (STF). A operação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro classificou como o "último dia triste".
“Mais um dia triste na nossa história, mas o povo tenha certeza de que foi o último dia triste. Nós queremos a paz, harmonia, independência e respeito. Democracia acima de tudo. A liberdade de expressão é algo sagrado entre vocês (jornalistas) e também entre a mídia alternativa”, afirmou.
Entre os investigados, estão o empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, o deputado estadual de São Paulo, Douglas Garcia, e o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. Bolsonaro considerou um desrespeito do Legislativo a autorização.
“Inventaram o nome gabinete do ódio. Alguns acreditaram e outros foram além: abriram processo no tocante a isso. Não pode um processo começar em cima de um factoide, em cima de uma fake news. Respeitamos os demais Poderes, mas não abrimos mão que nos respeitem também”, completou.