O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alternou o humor, na manhã desta quinta-feira, durante declaração na porta do Palácio da Alvorada, entre a falta de temperança - "acabou, porra!"-, e súplicas veementes - "pelo amor de Deus, não prossigam com esse tipo de inquérito!".
O presidente fazia referência às investigações comandadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que embasaram operação deflagrada, nessa quarta-feira (27), da Polícia Federal.
Durante pouco mais de 23 minutos, o presidente discursou para jornalistas, sem direito a questionamentos - "não tem perguntas, quem quiser ir embora..'', repetiu ele duas vezes- e ainda para uma pequena plateia de apoiadores - que também foram constrangidos a ficarem quietos - "pera aí (sic)", disse a um deles o presidente, visivelmente impaciente.
Paz e guerra
Ao mesmo tempo em que pedia "paz e harmonia", Bolsonaro bradava: "estou com as armas da democracia".
De acordo com o presidente, "o criminoso não é o Weintraub (ministro da Educação pediu a prisão de ministros do STF) nem o Salles (ministro do Meio Ambiente, que sugeriu aprovação de legislação ambiental a revelia do Congresso Nacional)".
A defesa de Bolsonaro dos dois ministros veio em função da reunião ministerial do dia 22 de abril e que faz parte de outro inquérito que tramita no STF envolvendo o presidente - acusado pelo ex-ministro Sérgio Moro de interferência na Polícia Federal para atender a interesses da família e de amigos.
Antes dessa defesa de seus dois colaboradores, Bolsonaro criticou o ministro Celso de Mello, do STF, que retirou o sigilo da reunião de Bolsonaro com seus ministros.
Ao ser questionado se, nessa quarta-feira (27), ao visitar o presidente do STF, ministro Dias Toffóli, que se encontra internado em um hospital de Brasília, teria ido ao local para pedir paz, Bolsonaro reagiu : cala... acabou a entrevista", dando as costas para os repórteres e indo embora.
Alerta
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho 03 de Bolsonaro, postou o vídeo com as declarações do pai.