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Estado de Minas MOVIMENTOS PELA DEMOCRACIA

Lula pede cautela a PT para aderir a manifestos: 'Não se fala em classe trabalhadora'

Ex-presidente falou sobre movimentos suprapartidários a favor da democracia


postado em 01/06/2020 18:04 / atualizado em 01/06/2020 20:33

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(foto: Fernando Frazãao)
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto: Fernando Frazãao)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu cautela ao PT antes de a legenda aderir aos manifestos suprapartidários a favor da democracia que vêm se fortalecendo no país, em contraposição à política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora. Não se fala em classe trabalhadora, nos direitos perdidos”, afirmou Lula em uma reunião extraordinária do diretório do partido, transmitida ao vivo pelo Facebook.

O ex-presidente alertou, ainda, para a possibilidade de a legenda não embarcar em um movimento elitista, que não contemple a classe trabalhadora de maneira eficaz.

“Muita gente de bem que assinou. E tem muita gente que é responsável pelo Bolsonaro. O PT tem que discutir com muita profundidade, para a gente não entrar numa coisa em que outra vez a elite sai por cima da carne seca, e o povo trabalhador não sai na fotografia”, declarou.

Lula se mostrou incomodado com o fato de abraçar um movimento em que há pessoas que apoiaram a eleição de Bolsonaro.

“Sinceramente, eu não tenho mais idade para ser maria vai com as outras. O PT já tem história neste país, já tem administração exemplar neste país. Eu, sinceramente, não tenho condições de assinar determinados documentos com determinadas pessoas”, criticou.

Mais cedo, pelo Twitter, Lula criticou abertamente o presidente Bolsonaro: “Agora perceberam que o troglodita que eles elegeram não deu certo.”

Movimentos suprapartidários

manifesto que tenta dar um ‘Basta!’ ao governo Bolsonaro foi elaborado por advogados e outros membros da área jurídica. O documento foi assinado por como grandes nomes do cenário, como os ex-ministros da Justiça José Carlos Dias, José Gregori e José Eduardo Cardozo.

O texto diz que “o Brasil, suas instituições, seu povo não podem continuar a ser agredidos por alguém que, ungido democraticamente ao cargo de presidente da República, exerce o nobre mandato que lhe foi conferido para arruinar com os alicerces de nosso sistema democrático”.

Já o movimento Estamos Juntos é bastante heterogêneo e reúne pessoas com diferentes linhas ideológicas. A página movimentoestamosjuntos.org já conta com mais de 230 mil assinaturas.

Entre os signatários, há políticos, artistas, atletas, escritores, e empresários, como como Luciano Huck (apresentador), Flávio Dino (governador do Maranhão), Fernando Haddad (político), Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente), Fernanda Montenegro (atriz), Antônio Fagundes (ator), Paulo Coelho (escritor), Fernando Meirelles (cineasta), Oded Grajew (empresário), Maria Alice Setúbal (educadora e acionista do Itaú), Cristovam Buarque (ex-senador), Jean Willys (ex-deputado), Nelson Jobim (ex-presidente do STF), Celso Lafer (ex-ministro das Relações Exteriores do governo FHC), Tostão (ex-jogador) Casagrande (ex-jogador), Vahan Agopyan (reitor da USP), Marcos Palmeira (ator), Eliane Brum (jornalista), João Paulo Capobianco (SOS Mata Atlântica), Frei Betto (escritor), Lobão (cantor), Caetano Veloso (cantor), entre outros.


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