Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do inquérito que avalia um possível crime de responsabilidade de Jair Bolsonaro (sem partido), presidente da República, Celso de Mello arquivou o pedido de apreensão dos celulares do governante e de um dos filhos, Carlos Bolsonaro (Republicano), vereador da cidade do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada na madrugada desta terça-feira, 11 dias depois de o ministro encaminhar à Procuradoria-Geral da República (PGR) os pedidos de depoimentos dos citados e outros envolvidos e apreensão dos aparelhos particulares.
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PGR dá aval para prorrogar inquéritoAnonymous divulga dados sigilosos de Bolsonaro, dos filhos e de ministrosFacebook marca post de Eduardo Bolsonaro como 'informação falsa'Carlos e Eduardo Bolsonaro criticam vazamento de dados pessoaisBolsonaros, Weintraub e deputado: após vazamento de dados, internautas fazem filiações ao PTDepoimentos sobre fake news começam nesta terça-feira; STF decidirá sobre inquérito no dia 10“Em uma palavra: descumprir ordem judicial implica transgredir a própria Constituição da República, qualificando-se, negativamente, tal ato de desobediência presidencial e de insubordinação executiva como uma conduta manifestamente inconstitucional”, escreveu o ministro do STF.
Na última quinta-feira, a PGR se manifestou contra a apreensão dos celulares com base no inquérito que investiga uma possível interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF). O possível ato foi denunciado por Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, no dia da renúncia da pasta, em 24 de abril deste ano.
Intimações do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e de Sergio Moro também estavam entre as solicitações e já foram determinadas por Celso de Mello e cumpridas. O inquérito foi instaurado depois de pedidos de políticos de alguns partidos, como PT, PDT, PSB e PV.
O inquérito que investiga as declarações do ex-ministro contra o presidente já ouviu também outros ministros palacianos e delegados da PF. Além dos depoimentos, uma das peças mais relevantes na investigação é a gravação da reunião ministerial de 22 de abril, tornada pública em 22 de maio.