Pelo terceiro dia consecutivo, o Ministério da Saúde irá divulgar balanço de infectados e mortos pela COVID-19 no Brasil apenas após 22h. Desde o começo de maio, o anúncio era feito por volta das 19h.
Para justificar o atraso, a pasta informou nesta sexta-feira, 5, que os dados são fornecidos por secretarias de estados e municípios e, em alguns casos, há "necessidade de checagem junto aos gestores locais".
A divulgação tem sido feita cada vez mais tarde. No começo da pandemia, ainda na gestão de Luiz Henrique Mandetta (DEM), a situação epidemiológica era apresentada diariamente em entrevista à imprensa. Desde o começo de maio, na gestão de Nelson Teich, os dados passaram a ser divulgados à noite e são comentados por técnicos apenas em declarações a jornalistas no dia seguinte.
O Ministério da Saúde nega atraso proposital. "Essas situações podem acontecer, porque esse processo de checagem é muito variável", disse o secretário substituto de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário na quinta-feira, 4.
A primeira divulgação às 22h ocorreu na quarta-feira, quando o Brasil confirmou, em 24h, que COVID-19 era a causa de 1.349 mortes que estavam em análise, dado recorde. No dia seguinte, novo recorde: 1.473 no mesmo período.
O jornal Correio Braziliense adiantou nesta sexta-feira que o atraso na divulgação dos balanços foi uma ordem do presidente Jair Bolsonaro, justamente para que os números não sejam divulgados nos telejornais das emissoras abertas.
O número de vítimas do novo coronavírus confirmadas de um dia para o outro não significa que todas as mortes ocorreram neste período. Os dados consideram investigações de óbitos que só foram encerradas nas últimas 24h, mas podem ter ocorrido semanas antes.
O dia com maior número de mortes (670) pela COVID-19 no Brasil foi 12 de maio, segundo dados de quarta-feira, 3. Há, porém, ao menos 4.159 mortes em investigação, o que irá redistribuir os registros de vítimas e pode alterar a data de recorde de mortes.
Desde a saída de Mandetta, a comunicação do Ministério da Saúde tem sido esvaziada pelo Palácio do Planalto. Segundo técnicos da pasta, é uma imposição de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, parar de divulgar nas redes sociais da Saúde o número diário de mortes confirmadas. Agora, o ministério divulga nas redes sociais o "placar da vida", que destaca o número de recuperados.
O número de recuperados, comemorado pelo governo, porém, espelha um dado negativo: o de infectados. Quanto maior a soma de pacientes, maior será o de recuperados.
As entrevistas da Saúde à imprensa também perderam protagonismo. Antes, o ministro ou o "número 2" da pasta, secretário-executivo, conduziam as declarações ao lado de técnicos da Secretaria de Vigilância Sanitária.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, porém, não participa das coletivas. As perguntas ao ministério têm sido respondidas por secretários substitutos, que se negam a responder temas mais espinhosos.
Para justificar o atraso, a pasta informou nesta sexta-feira, 5, que os dados são fornecidos por secretarias de estados e municípios e, em alguns casos, há "necessidade de checagem junto aos gestores locais".
A divulgação tem sido feita cada vez mais tarde. No começo da pandemia, ainda na gestão de Luiz Henrique Mandetta (DEM), a situação epidemiológica era apresentada diariamente em entrevista à imprensa. Desde o começo de maio, na gestão de Nelson Teich, os dados passaram a ser divulgados à noite e são comentados por técnicos apenas em declarações a jornalistas no dia seguinte.
O Ministério da Saúde nega atraso proposital. "Essas situações podem acontecer, porque esse processo de checagem é muito variável", disse o secretário substituto de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário na quinta-feira, 4.
A primeira divulgação às 22h ocorreu na quarta-feira, quando o Brasil confirmou, em 24h, que COVID-19 era a causa de 1.349 mortes que estavam em análise, dado recorde. No dia seguinte, novo recorde: 1.473 no mesmo período.
O jornal Correio Braziliense adiantou nesta sexta-feira que o atraso na divulgação dos balanços foi uma ordem do presidente Jair Bolsonaro, justamente para que os números não sejam divulgados nos telejornais das emissoras abertas.
O número de vítimas do novo coronavírus confirmadas de um dia para o outro não significa que todas as mortes ocorreram neste período. Os dados consideram investigações de óbitos que só foram encerradas nas últimas 24h, mas podem ter ocorrido semanas antes.
O dia com maior número de mortes (670) pela COVID-19 no Brasil foi 12 de maio, segundo dados de quarta-feira, 3. Há, porém, ao menos 4.159 mortes em investigação, o que irá redistribuir os registros de vítimas e pode alterar a data de recorde de mortes.
Desde a saída de Mandetta, a comunicação do Ministério da Saúde tem sido esvaziada pelo Palácio do Planalto. Segundo técnicos da pasta, é uma imposição de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, parar de divulgar nas redes sociais da Saúde o número diário de mortes confirmadas. Agora, o ministério divulga nas redes sociais o "placar da vida", que destaca o número de recuperados.
O número de recuperados, comemorado pelo governo, porém, espelha um dado negativo: o de infectados. Quanto maior a soma de pacientes, maior será o de recuperados.
As entrevistas da Saúde à imprensa também perderam protagonismo. Antes, o ministro ou o "número 2" da pasta, secretário-executivo, conduziam as declarações ao lado de técnicos da Secretaria de Vigilância Sanitária.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, porém, não participa das coletivas. As perguntas ao ministério têm sido respondidas por secretários substitutos, que se negam a responder temas mais espinhosos.