Após ameaçar imitar o chefe do Executivo americano, Donald Trump, dizendo que “estuda romper com a Organização Mundial de Saúde”, o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a citar, em tom de reprovação, o fato de o presidente da OMS não ser médico.
“A OMS é o seguinte. O Trump cortou a grana deles, voltaram atrás em tudo. Um cara que nem é médico. E eu adianto aqui. O Estados Unidos saiu (sic) da OMS e a gente estuda, no futuro, ou a OMS trabalha sem o viés ideológico, ou nós vamos estar fora também. Não precisamos de gente lá de fora dar palpite na saúde aqui dentro”, afirmou o presidente em entrevista coletiva nesta sexta-feira, em Brasília.
O “cara que nem é médico” a que Bolsonaro se refere é o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
Ele realmente não é médico. É biólogo, com mestrado em Imunologia e Doenças Infecciosas (Universidade de Londres) e doutorado em Filosofia e Saúde Comunitária (Universidade de Nottingham, Reino Unido). Foi ministro da Saúde e das Relações Exteriores da Etiópia, presidente do Conselho Executivo da União Africana, presidente do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, além de acumular outras diversas experiências ligadas à área da saúde.
Ele realmente não é médico. É biólogo, com mestrado em Imunologia e Doenças Infecciosas (Universidade de Londres) e doutorado em Filosofia e Saúde Comunitária (Universidade de Nottingham, Reino Unido). Foi ministro da Saúde e das Relações Exteriores da Etiópia, presidente do Conselho Executivo da União Africana, presidente do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, além de acumular outras diversas experiências ligadas à área da saúde.
Não é a primeira vez que Bolsonaro ressalta que Tedros Adhanom não tem formação acadêmica em medicina – apesar de seu vasto currículo e larga expertise no segmento em que atua.
Em 23 de abril, quase um mês após distorcer uma fala de Adanom sobre a volta ao trabalho dos informais, Bolsonaro seguiu tentando diminuir o diretor da Organização Mundial de Saúde.
“Estou respondendo processos dentro e fora do Brasil, sendo acusado de genocídio, por ter defendido uma tese diferente da OMS. Pessoal fala tanto em seguir a OMS. O diretor-presidente da OMS é medico? Não é medico! Sabia disso? É a mesma coisa de falar, aqui no Brasil, que o presidente da Caixa não fosse alguém da economia. Não tem cabimento. Se eu fosse presidente da Caixa, com todo respeito, não ia fazer nada lá. Se você viesse para o exército, não ia fazer nada lá também”, disse Bolsonaro em sua live semanal pelo Facebook.
O Ministério da Saúde brasileiro não tem um médico no comando desde o dia 15 de maio, quando o oncologista Nelson Teich deixou o comando da pasta, por divergências com o presidente Jair Bolsonaro. Antes dele, o ortopedista Luiz Henrique Mandetta havia sido demitido pelo mesmo motivo.
Pazuello entrou no ministério em 22 de abril, no lugar de João Gabbardo, que somava 39 anos de trabalho na pasta. O general tem uma sólida carreira militar, mas não acumula nenhuma experiência na área de saúde.
Desde sua entrada, outros 25 militares foram "convocados" para assumirem cargos no Ministério da Saúde.
Desde sua entrada, outros 25 militares foram "convocados" para assumirem cargos no Ministério da Saúde.
Carreira militar
No exército, Pazuello comandou o 20° Batalhão Logístico Paraquedista e foi Diretor do Depósito Central de Munição, ambos no Rio de Janeiro. Em 2014, foi promovido a General-de-Brigada e, em 2018, a General de Divisão. Atualmente, exercia o comando da12ª Região Militar, em Manaus.
Como Oficial General, foi Coordenador Logístico das Tropas do Exército Brasileiro empregadas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Em 2018, coordenou a Operação Acolhida, força-tarefa que atou em Roraima, recebendo imigrantes venezuelanos que fugiram para o Brasil na tentativa de escapar da crise humanitária e política em seu país.