O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) utilizou o Twitter, na manhã desta segunda-feira, para dizer que, por conta de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), as ações de combate à pandemia do novo coronavírus são de responsabilidade dos estados e municípios. Ao Estado de Minas, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou que todas as decisões tomadas pela administração da cidade são assumidas por ele. “Os meus óbitos (de BH) ninguém esconde. Eu os tenho no dia a dia, de hora em hora”, ressaltou.
A fala de Kalil é uma resposta indireta à decisão do Ministério da Saúde, a partir de determinação do presidente, de alterar a forma de divulgação dos boletins diários da COVID-19. Desde a semana passada, as atualizações sobre o avanço da doença, além de divulgadas apenas por volta das 22h, não informam mais os números totais de casos e óbitos. São mencionadas, somente, as infecções e mortes ocorridas nas 24 horas anteriores.
“O presidente falou a verdade. Os prefeitos têm autonomia. Os meus óbitos (de BH) ninguém esconde. Eu os tenho no dia a dia, de hora em hora. Os meus leitos a mesma coisa. Então, quem está com ele é que deve responder isso. Meus óbitos e as minhas decisões são de minha responsabilidade. E, todo prefeito que assumiu isso, que as tenha”, afirmou Kalil.
O prefeito de Belo Horizonte disse não saber se a declaração de Bolsonaro tem o objetivo de intimidar gestores locais, mas garantiu que não vai mudar o modo de atuação. “Posso falar por mim: não sou frouxo. No meu colo, cai o que é meu. A responsabilidade é minha. Se há prefeitos ou governadores frouxos, não sei. Mas Belo Horizonte não tem prefeito frouxo”.
‘Lembrete’
Nesta segunda, pela rede social, o presidente alegou estar sendo alvo de “forças nada ocultas” e, mais uma vez, atacou a imprensa.Momentos antes, ele havia atribuído aos gestores locais atitudes como as medidas de distanciamento social. "Lembro à Nação que, por decisão do STF, as ações de combate à pandemia (fechamento do comércio e quarentena, por exemplo) ficaram sob total responsabilidade dos governadores e dos prefeitos.", argumentou.