O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, recomendou aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que as eleições municipais ocorram entre o fim de novembro e início de dezembro. O magistrado deixou claro, porém, que se trata de uma decisão política.
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Bolsonaro diz que 'não pretende apoiar prefeito em lugar nenhum' nas eleições'Todo mundo agora entrou no debate sobre adiamento das eleições', diz MaiaCongresso vai criar comissão para discutir adiamento de eleições municipaisNa reunião a portas fechadas, Barroso afirmou que conversou com epidemiologistas, infectologistas, sanitarista, um físico especializado em estatística de pandemia de COVID-19 e um biólogo e que há um consenso sobre a necessidade de adiar a data das eleições. Ao todo, foram oito especialistas.
O assunto já vinha sendo discutido. Em maio, o líder do Podemos na Câmara, deputado federal Leo Moraes (RO) protocolou pedido para criar uma comissão para debater adiamento das eleições municipais de outubro.
O deputado também é autor de proposta de emenda à Constituição (PEC) com essa finalidade, já que a data de 1º de outubro para as eleições é uma previsão constitucional. “Estamos a 150 dias das eleições e o Congresso reluta em aceitar esse debate”, disse o parlamentar à época.
Anteriormente, Rodrigo Maia havia se mostrado avesso ao tema, e chegou a lembrar que a última vez que ocorreram adiamentos eleitorais foi durante a ditadura militar, que começou em 1964 e terminou em 1988. Mas também já disse que qualquer decisão nesse sentido seria tomada com base na ciência e respeitando vidas.
Barroso também já tinha recomendado à Câmara que desse início a um debate sobre a data das eleições municipais. Assim como o líder do Podemos, o ministro do Supremo Tribunal Federal sugeriu o primeiro fim de semana de dezembro como limite.
“Todos os especialistas têm posição de consenso de que vale a pena adiar por algumas semanas, mas não deixar para ano que vem (2021) porque não muda muito do ponto de vista sanitário. Eles acham que agosto, setembro, a curva pode ser descendente. Endossaríamos, portanto, a ideia de adiar por algumas semanas”, afirmou o ministro.
Mais uma reunião
O TSE se comprometeu a fazer mais uma reunião com especialistas para a próxima semana, novamente com a participação de Maia e Alcolumbre.
Os presidentes das casas legislativas devem iniciar os debates somente após esse segundo encontro.
Existem, ainda, outras datas relacionadas às eleições municipais que precisarão de reajuste, como a convenção partidária e a campanha eleitoral.
Outro tema relacionado será a extensão do horário de votação. Barroso sugeriu que seja ampliado para 12 horas, com campanhas educativas para que os colégios eleitorais recebam eleitores de faixas etárias diferentes em diferentes horários.
O presidente do TSE também pediu a Maia e Alcolumbre que mobilizem parlamentares para possibilitar a doação de máscaras e álcool em gel para mesários e eleitores.