Antes de o empresário Carlos Wizard desistir de assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde no domingo, 7, o presidente Jair Bolsonaro já havia solicitado ao "seu sistema de informação particular" que averiguasse a vida pregressa do bilionário. O chefe do Executivo não chegou a vetar a nomeação do empresário, mas ficou irritado com a sequência de entrevistas de Wizard à imprensa e principalmente com a suposta ligação do empresário com o governador de São Paulo, João Doria, seu adversário político.
Para interlocutores do presidente, Wizard se antecipou a uma possível demissão ao deixar de atuar como conselheiro do Ministério da Saúde e recusar o cargo no Executivo. A posse dele estava prevista para segunda-feira, 8. No mes,o dia, ele esteve no local para se despedir.
No dia 13 de abril, o empresário elogiou as ações de Doria no enfrentamento à pandemia do coronavírus. "O Brasil precisa de um gestor como o governador de São Paulo, João Doria", escreveu na ocasião.
Esta mensagem foi repassada a Bolsonaro junto com outras que evidenciavam a proximidade de Wizard com seu adversário político. O empresário chegou a se filiar ao PSDB a pedido de Doria, mas depois se desligou. O presidente então pediu mais dados antes de decidir tirá-lo do governo.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o sistema de inteligência particular do presidente tem policiais, agentes dos serviços de inteligência e aliados. Ainda de madrugada, Bolsonaro costuma selecionar informações recebidas no WhatsApp entre aquelas que precisam ser "checadas" por seus assessores ou "cobradas" às respectivas áreas. O caso Wizard entrou na lista de prioridades de checagem.
Outro motivo que colocou Wizard na berlinda foi sequência de entrevistas dadas à imprensa antes mesmo de assumir o cargo no governo. Ao jornal O Globo, na sexta-feira, 5, afirmou que os dados de mortos eram "fantasiosos" e que governos estaduais e municípios estariam inflando os números para receber mais recursos do governo federal.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, teve de atuar como bombeiro. Ele telefonou no domingo para representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para amenizar o estrago causado pelo empresário.
O Conass havia reagido ao que disse Wizard. Em nota, o presidente da entidade, Alberto Beltrame, disse que as acusações eram "levianas" e que o governo tentava invisibilizar mortos pelo coronavírus. "Não prosperará. Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação", completou.
Apesar da guinada no discurso sobre a COVID-19 do Ministério da Saúde desde a saída do oncologista Nelson Teich, secretários de Estados e municípios dizem ter melhor relação com Pazuello. Como não há mais esperança de que o ministério lidere a estratégia de combate a COVID-19, o que gestores locais argumentam é que o general, ao menos, é mais pró-ativo para discutir a liberação de recursos e insumos.
Na noite de domingo, Wizard, por meio de nota, informou que não atuaria mais na pasta. "Informo que hoje (7/junho) deixo de atuar como Conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono. Além disso, recebi o convite para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta. Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima", declarou Wizard.
O empresário lamentou as declarações que deu nos últimos dias, sobre o plano de recontar os mortos pela covid-19, porque haveria irregularidades nas informações. "Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas", afirmou, na nota.
A entrada de Wizard no Ministério da Saúde foi antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo no dia 2 de junho. Dono da Mundo Verde, a maior rede de varejo de alimentos orgânicos do País, e de marcas como KFC e Pizza Hut no Brasil, o empresário atuava como conselheiro de Assuntos Estratégicos no ministério. O bilionário e o ministro interino da Saúde trabalharam juntos na "Operação Acolhida", que ajuda venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil.
Procurado, Carlos Wizard não quis comentar sobre o pedido de averiguação feito pelo presidente Bolsonaro nem sobre suas relações com Doria. O governador de São Paulo não retornou ao contato da reportagem.
Para interlocutores do presidente, Wizard se antecipou a uma possível demissão ao deixar de atuar como conselheiro do Ministério da Saúde e recusar o cargo no Executivo. A posse dele estava prevista para segunda-feira, 8. No mes,o dia, ele esteve no local para se despedir.
No dia 13 de abril, o empresário elogiou as ações de Doria no enfrentamento à pandemia do coronavírus. "O Brasil precisa de um gestor como o governador de São Paulo, João Doria", escreveu na ocasião.
Esta mensagem foi repassada a Bolsonaro junto com outras que evidenciavam a proximidade de Wizard com seu adversário político. O empresário chegou a se filiar ao PSDB a pedido de Doria, mas depois se desligou. O presidente então pediu mais dados antes de decidir tirá-lo do governo.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o sistema de inteligência particular do presidente tem policiais, agentes dos serviços de inteligência e aliados. Ainda de madrugada, Bolsonaro costuma selecionar informações recebidas no WhatsApp entre aquelas que precisam ser "checadas" por seus assessores ou "cobradas" às respectivas áreas. O caso Wizard entrou na lista de prioridades de checagem.
Outro motivo que colocou Wizard na berlinda foi sequência de entrevistas dadas à imprensa antes mesmo de assumir o cargo no governo. Ao jornal O Globo, na sexta-feira, 5, afirmou que os dados de mortos eram "fantasiosos" e que governos estaduais e municípios estariam inflando os números para receber mais recursos do governo federal.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, teve de atuar como bombeiro. Ele telefonou no domingo para representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para amenizar o estrago causado pelo empresário.
O Conass havia reagido ao que disse Wizard. Em nota, o presidente da entidade, Alberto Beltrame, disse que as acusações eram "levianas" e que o governo tentava invisibilizar mortos pelo coronavírus. "Não prosperará. Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação", completou.
Apesar da guinada no discurso sobre a COVID-19 do Ministério da Saúde desde a saída do oncologista Nelson Teich, secretários de Estados e municípios dizem ter melhor relação com Pazuello. Como não há mais esperança de que o ministério lidere a estratégia de combate a COVID-19, o que gestores locais argumentam é que o general, ao menos, é mais pró-ativo para discutir a liberação de recursos e insumos.
Na noite de domingo, Wizard, por meio de nota, informou que não atuaria mais na pasta. "Informo que hoje (7/junho) deixo de atuar como Conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono. Além disso, recebi o convite para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta. Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima", declarou Wizard.
O empresário lamentou as declarações que deu nos últimos dias, sobre o plano de recontar os mortos pela covid-19, porque haveria irregularidades nas informações. "Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas", afirmou, na nota.
A entrada de Wizard no Ministério da Saúde foi antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo no dia 2 de junho. Dono da Mundo Verde, a maior rede de varejo de alimentos orgânicos do País, e de marcas como KFC e Pizza Hut no Brasil, o empresário atuava como conselheiro de Assuntos Estratégicos no ministério. O bilionário e o ministro interino da Saúde trabalharam juntos na "Operação Acolhida", que ajuda venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil.
Procurado, Carlos Wizard não quis comentar sobre o pedido de averiguação feito pelo presidente Bolsonaro nem sobre suas relações com Doria. O governador de São Paulo não retornou ao contato da reportagem.