Após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ironizar que a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) teria uma bola de cristal para conseguir antecipar a operação da Polícia Federal deflagrada contra governos estaduais, foi a vez de o governador de São Paulo lançar críticas à ela. Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (10/6), João Doria (PSDB) chamou Zambelli (PSL-SP) de "Mãe Dináh" e de "engraxa botas de Bolsonaro".
"Ela prefere cumprir o papel de 'Mãe Dináh' ao invés do papel de parlamentar. Trata a PF como polícia privada", disse Doria. O governador de SP ainda levantou o questionamento sobre uma possível 'polícia política': "Não tem cargo nem mandato na PF, muito menos para ser porta-voz da polícia. Se ela estiver exercendo ilegalmente essa função, estamos falando de uma polícia política".
As declarações ainda incluíram as ações relacionadas ao presidente da república, Jair Bolsonaro. "O estado de São Paulo não precisa de vitrola parlamentar ideológica e nem de uma deputada que prefere engraxar as botas dos militares, principalmente do seu chefe, o presidente da república", disse Doria.
A operação da Polícia Federal da qual o governador se refere apura fraudes na compra de respiradores e licitações deflagradas primeiro no Rio de Janeiro, com o governador Wilson Witzel (PSC) sendo um dos alvos, em 26 de maio. Um dia antes, a deputada federal aliada ao presidente Jair Bolsonaro, anunciou em entrevista à uma rádio que viria operação da polícia contra governadores.
Nesta semana, a operação da PF chegou ao Pará, com o governador Helder Barbalho (MDB) entre um dos investigados, ao Amazonas e à Rondônia. Diante disso, o governador de São Paulo mandou um recado à deputada: "Quero registrar mais uma vez, Zambelli, que São Paulo tem todas as ações fiscalizadas pelos órgãos e que têm competência. Ouvidoria, MP (Ministério Público), Tribunal de Contas de TJ (Tribunal de Justiça)".