O domingo não teve protestos em grande escala como na semana passada, mas atos contra e pró-governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram registrados em São Paulo. Em Brasília, aconteceram duas manifestações, uma delas na Esplanada dos Ministérios, contrariando um decreto do governo do Distrito Federal, e que contou com a presença do ministro da Educação Abraham Weintraub.
A ação de Ibaneis Rocha foi bastante criticada por Sara Winter, ativista líder do grupo “300 do Brasil”, que vem organizando atos pró-governo e contra instituições, como o STF. Winter chamou o governador do Distrito Federal de "projeto de ditador" e chegou a ameaçá-lo.
Weintraub se reuniu com, aproximadamente, 15 manifestantes apoiadores de Bolsonaro, que furaram o bloqueio feito na Esplanada dos Ministérios. O ministro, que não usava máscara, assim como a maioria das pessoas no local, evitou comentar sobre decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Eu sou ministro do Executivo, e não posso aumentar a pressão que já existe. Eu não tenho autorização do presidente (Bolsonaro) para me posicionar contra um ministro (do STF). É o que eu posso dizer. Vamos manter a tranquilidade, seguir as leis, seguir o que manda estritamente a Constituição. A Constituição tem que ser seguida ao pé da letra", afirmou.
Os manifestantes contrariaram o decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que determinou o fechamento da Esplanada dos Ministérios neste domingo, por questões de segurança e de saúde pública. Logo de manhã, um vídeo chegou a circular nas redes sociais. As imagens, produzidas por um manifestante, ‘ensinavam’ os demais apoiadores bolsonaristas a burlar os bloqueios na Esplanada.
Em vídeo, apoiador de Bolsonaro orienta os demais sobre como burlar o fechamento da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Sara Winter, ameaça governador do DF nas redes sociais: https://t.co/cf42h4L2fR pic.twitter.com/O4Dxhc5cIl
%u2014 Estado de Minas (@em_com) June 14, 2020
"IBANEIS SEU PROJETO DE DITADOR! Revogue agora mesmo esse decreto inconstitucional ou haverá consequências! Se você tirar o direito de ir e vir do povo, tiraremos o seu também! ACORDA BRASIL! Dia 21 ele fará o mesmo, impedirá as manifestações pró Bolsonaro. PRA CIMA DELE, BRASILIA", escreveu Sara.
O ato na Esplanada foi encerrado às 11h20, após negociação com a Polícia Militar do Distrito Federal. Os manifestantes, então, foram para o Quartel-General do Exército, onde protestaram contra o STF. Algumas pessoas também pediram “intervenção militar”. O Palácio do Buriti, residência de Ibaneis, também foi alvo dos bolsonaristas, que criticaram o decreto que determinou o fechamento da Esplanada.
Em São Paulo, por sua vez, a maior parte dos manifestantes se concentraram na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Artes de São Paulo (Masp). O ato, contra o governo de Jair Bolsonaro, durou 1h30min no período da tarde. A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal Gleisi Hoffmann esteve no protesto, que contou com torcidas organizadas, como as do São Paulo e do Palmeiras.
Já na região do Viaduto do Chá, apoiadores do presidente Bolsonaro se reuniram e criticaram bastante o governador de São Paulo, João Dória (PSDB). O prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), também não escapou das críticas. Dezenas de manifestantes compareceram ao ato. A Polícia Militar de São Paulo não estimou nenhum dos públicos.