Assembleia Legislativa e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) firmaram, nesta quinta-feira, um acordo que prevê o repasse de R$ 1,5 milhão à universidade para o fomento de projetos ligados ao combate à pandemia do novo coronavírus. Os recursos, que serão entregues pelo Parlamento Estadual em três parcelas, vão impulsionar a produção de escudos faciais e ventiladores pulmonares. Há, também, a ideia de implantar teleconsultas para instruir a população sobre a doença.
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Bombeiros testam positivo para COVID-19 e unidade passa por desinfecção Pico do coronavírus: Zema teme colapso do sistema de saúde em um mêsIgrejas católicas já podem retomar missas com presença de fiéisGoverno de Minas recua em abertura de 101 cidades e já admite lockdownO acordo de cooperação foi assinado pela reitora da UFMG, Sandra Goulart, e pelo presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV). Segundo a reitora, a instituição tem produzido — e encaminhado aos hospitais públicos, como o Risoleta Neves — os escudos faciais.
O projeto de teleconsultas está ligado à Faculdade de Medicina e ao Hospital das Clínicas. De acordo com ela, a transferência de recursos vai proporcionar a expansão do programa.
A construção de respiradores, por sua vez, está em fase inicial. Profissionais da Escola de Engenharia atuam na busca por maneira de dar formas aos equipamentos. Há apoio de pessoal da Faculdade de Educação e do Colégio Técnico (Coltec).
“Eles estão adquirindo os materiais para começar a produção e, assim, ajudar os hospitais públicos, que terão prioridade”, destacou. A reitora afirmou que, embora o protótipo já esteja desenvolvido, ainda não é possível cravar quando os equipamentos ficarão prontos.
Ao assinar o documento, Agostinho Patrus ressaltou a importância das pesquisas conduzidas pela universidade. “A UFMG continua fiel ao seu legado histórico, herança que se sustenta no papel da universidade na produção e disseminação de conhecimento de qualidade e excelência. É, também, um legado de defesa do ensino público gratuito e diverso”, pontuou.
Vacina e atividades remotas
Sandra Goulart falou, também, sobre as pesquisas sobre a viabilidade de uma vacina para conter a COVID-19. Segundo ela, ainda não é possível traçar data para a conclusão dos trabalhos. Ela lembrou que, embora as atividades estejam adiantadas, o processo demanda várias etapas. Há, ainda, um grupo que estuda a eficácia de alguns medicamentos como forma de combate ao vírus.Mesmo ante a paralisação das atividades curriculares presenciais, Sandra lembrou que algumas ações de pesquisa e extensão têm continuado. Segundo ela, a UFMG está planejando o retorno das aulas de modo remoto. “O que estamos pensando, agora, não se qualifica como educação a distância. Temos chamado de ensino remoto emergencial, pois não sabemos quando as aulas presenciais poderão ser retomadas. Não depende da UFMG, mas das autoridades sanitárias”, explicou.
Nessa quarta-feira, o Ministério da Educação (MEC) editou portaria que autoriza aulas digitais para cursos superiores até o fim do ano. A UFMG ainda analisa o texto.