A prisão de Fabrício Queiroz ativa nova "bomba-relógio" no governo de Jair Bolsonaro, com potencial de ser ainda mais perigosa do que as outras investigações envolvendo o presidente e sua família, avaliam cientistas políticos ouvidos pelo Estadão. Para eles, o governo fica ainda mais fragilizado e com nova pendência na Justiça, ao lado de ações como o inquérito das Fake News, a cassação da chapa e a investigação sobre a interferência na Polícia Federal.
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Casa onde Queiroz foi encontrado: cartaz do AI-5 e bonecos de mafiososAdvogado dos Bolsonaro negava contato com QueirozQueiroz: homem-bomba do clã Bolsonaro preso sobe tensão na EsplanadaApesar da investigação parecer mais nociva para Flávio do que para o presidente, ela certamente trará consequências ao governo, diz o cientista político e professor da FGV de São Paulo Marco Antônio Carvalho Teixeira. "Obviamente o cerco inicial se dará em cima do filho do presidente, mas com certeza não ficará restrito a isso e deverá chegar ao núcleo central do governo, num momento em que o mandatário está acuado por todos os lados e sua gestão vive um dos momentos de maior fragilidade", destaca.
Outro fator é a imprevisibilidade sobre a reação de Queiroz diante de sua prisão, e possivelmente de sua filha e esposa. "Não sabemos a reação dele diante da prisão. Fala-se em delação premiada. E Queiroz acompanha a família Bolsonaro há anos, não é de hoje que conhece o presidente", diz a cientista política e professora da PUC-SP, Vera Chaia.