Após anunciar sua saída do Ministério da Educação do governo de Jair Bolsonaro, Abraham Weintraub escreveu no Twitter que também deixará o Brasil nos próximos dias. Pressionado a fazer um gesto de trégua ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quinta-feira, 18, a demissão do ministro.
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Weintraub, o segundo a comandar a pasta desde o início do governo Bolsonaro, ficou 14 meses no cargo, período no qual acumulou desavenças com reitores, estudantes, parlamentares, chineses, judeus e, mais recentemente, ministros do Supremo, chamados por ele de "vagabundos" em uma reunião ministerial. Em função dessa declaração, virou alvo do inquérito que apura fake news e ataques contra os ministros da Corte Suprema.
Em julgamento nesta semana, Supremo Tribunal Federal decidiu por 9 votos a 1 manter Weintraub no inquérito. O habeas corpus de Weintraub também tinha como objetivo beneficiar outros investigados - empresários, blogueiros e ativistas que foram alvo de ofensiva da Polícia Federal recentemente. A ação contesta a atuação do relator do caso, Alexandre de Moraes, que se declarou impedido de julgar no caso. Foi Moraes quem colocou Weintraub na lista de investigados do inquérito.
Saída
O argumento dos que defendiam a demissão de Weintraub era de que ele se tornou um gerador de crises desnecessárias justamente no momento em que o presidente, pressionado por pedidos de impeachment, inquérito e ações que podem levar à cassação do mandato, tenta diminuir a tensão na Praça dos Três Poderes.
"Eu estou saindo do MEC, vou começar a transição agora e nos próximos dias eu passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo. Neste momento, não quero discutir os motivos da minha saída, não cabe", disse Weintraub nesta quinta, no vídeo publicado em sua conta no Twitter ao lado do presidente Jair Bolsonaro.