O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apontou em investigação que o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), pagou despesas pessoais do então chefe na época em que era deputado estadual. Alguns detalhes da investigação que resultou na prisão de Queiroz na última quinta-feira (18) estão na decisão judicial da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do RJ.
O documento foi obtido e publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo. O juiz Flávio Itabaiana pontua que segundo investigação, além de pegar parte dos vencimentos de funcionários do gabinete, na prática conhecida como “rachadinha”, Flávio também depositava valores na conta do chefe de forma fracionada, em valores menores, e fazendo ainda pagamentos de despesas pessoais de Flávio e de sua família.
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Segundo investigação, no dia 1º de outubro de 2018, Queiroz fez pagamentos em espécie de R$ 6.942,55 referentes às mensalidades das duas filhas do então chefe, e não foi identificado na conta de Flávio ou de sua esposa saques compatíveis aos valores.
O MP observou ainda uma diferença na mensalidade das meninas correspondente a 53 boletos bancários, cerca de R$ 153 mil, que foram pagos em dinheiro e que não foram oriundos das contas do casal. Neste caso, não foi apontado que Queiroz fez os pagamentos.
O mesmo se repetiu em relação ao plano de saúde da família de Flávio. Investigadores observaram valores correspondentes a 63 boletos (cerca de R$ 108,4 mil) pagos em dinheiro e de origem alheia aos rendimentos lícitos do casal. Somando os pagamentos da escola e do plano, chega-se a 116 boletos de R$ 261,6 mil.
O ex-assessor parlamentar é apontado como operador financeiro do esquema na Assembleia Legislativa do Rio entre abril de 2007 e 17 de dezembro de 2018 - data inclusive posterior a sua exoneração, que foi em outubro daquele ano. Segundo investigação, pelo menos 11 dos ex-assessores do gabinete tinham relações de parentesco, vizinhança ou amizade com Queiroz.
Em nota, a assessoria de imprensa do senador afirmou que “trata-se de mais uma ilação de alguns promotores de ‘injustiça’ do Rio. “O patrimônio do senador é totalmente compatível com seus rendimentos e isso ficará inequivocamente comprovado dentro dos autos”, pontuou.
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