Jornal Estado de Minas

INVESTIGAÇÃO

PF diz ao STF que precisa ouvir Jair Bolsonaro sobre suposta interferência

A Polícia Federal enviou nessa segunda-feira (22) um ofício ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), no qual avisa que nos próximos dias “torna-se necessária a oitiva” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de supostas interferências indevidas na corporação.



"Informo a Vossa Excelência que as investigações se encontram em estágio avançado, razão pela qual nos próximos dias torna-se necessária a oitiva do senhor Jair Messias Bolsonaro, presidente da República", escreveu a delegada Christiane Correa Machada, coordenadora do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq) da PF, que conduz o inquérito contra o presidente. 

No documento, a PF não informa o dia que o depoimento será feito, nem se ele será por escrito ou presencial.

O aviso ao ministro foi feito para o caso de ele querer se posicionar sobre o depoimento. Isso porque, embora outros ministros já tenham autorizado depoimentos por escrito, o entendimento é que Celso de Mello já manifestou em outras ocasiões que, independentemente do cargo que ocupem, investigados devem depor pessoalmente.


Entenda o caso

O inquérito em questão apura se o presidente Bolsonaro demitiu o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo para interferir indevidamente em investigações em andamento na corporação.


A denúncia foi feita por Sérgio Moro no seu pedido de demissão do Ministério da Justiça. 
 
Vale lembrar que Bolsonaro nega a acusação. Horas antes da reunião ministerial de 22 de abril, o presidente escreveu em mensagem ao ex-ministro: “Moro, o Valeixo sai nesta semana. Isso está decidido. Você pode dizer apenas a forma. A pedido ou ex ofício (sic)".
 
Segundo o jornal O GLOBO as pressões públicas de Bolsonaro para troca do superintendente da PF no Rio começaram depois que o juiz desse caso determinou que o caso fosse enviado à PF para realização de diligências, entre elas a tomada do depoimento do senador.
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina