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Estado de Minas ESQUEMA

Esposa de Queiroz está foragida há uma semana

Pedidos de prisão contra Queiroz e Márcia são no âmbito da investigação do MP do Rio que apura esquema conhecido como 'rachadinha', que teve desdobramentos na semana passada, com a prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro


postado em 25/06/2020 17:55 / atualizado em 25/06/2020 18:08

(foto: Reprodução/Facebook)
(foto: Reprodução/Facebook)
A esposa do policial militar aposentado Fabrício Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, completa nesta quinta-feira (25/6) sete dias foragida da Justiça. Queiroz, ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na época em que era deputado estadual pelo Rio, foi preso no último dia 18 em uma chácara, em Atibaia (SP). O mandado de prisão foi cumprido pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Polícia Civil daquele estado. Os pedidos de prisão contra Queiroz e Márcia são no âmbito da investigação do MP do Rio que apura esquema conhecido como ‘rachadinha’, de desvio dos salários de servidores na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na época em que Queiroz atuava no gabinete de Flávio. 

Márcia não estava na casa onde o ex-assessor foi preso. Ele, por sua vez, disse que a esposa estava no Rio de Janeiro. O imóvel em Atibaia é de, que era advogado de Flávio no caso das ‘rachadinhas’ e também do presidente Jair Bolsonaro, sendo figura frequente no Palácio do Planalto antes da prisão de Queiroz.
 
Na última terça-feira (23), o MP de Minas Gerais, a pedido do MP do Rio, realizou uma operação naquele estado para tentar encontrar Márcia. A operação foi em conjunto com a Polícia Militar de Minas, e as buscas se deram em casas de familiares de Queiroz. 

Márcia é vista como uma peça importante no processo, uma vez que é apontado que ela também atuou na tentativa de obstruir a investigação, ao lado do marido. Na decisão que pede a prisão dos dois, expedida pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, fala-se de uma atuação de Queiroz neste sentido. Conforme juiz, estando livre, “ele poderia ameaçar testemunhas e outros investigados e obstaculizar a apuração dos fatos perturbando o desenvolvimento da investigação e de futura ação penal”. 

Ainda na decisão, o magistrado cita que Márcia teve participação fundamental nas manobras para atrapalhar as investigações, assim como Queiroz e outro advogado de Flávio Bolsonaro, Luis Gustavo Botto Maia. Um dos exemplos dessa atuação “sistemática” por parte de Queiroz apontado pelo juiz é uma conversa entre Márcia e uma das filhas do policial militar aposentado, Nathália Queiroz. Em um momento, Márcia fala sobre o marido: "Parece aquele bandido que tá dando ordens aqui fora, resolvendo tudo". 

Além disso, dados extraídos do telefone de Márcia, obtido pelo MP em uma diligência em dezembro do ano passado, revelaram que Márcia mantinha contato com o miliciano Adriano da Nóbrega por meio da sua mãe, Raimunda Veras Magalhães. Ela trabalhou no gabinete de Flávio e mesmo depois de exonerada, a esposa de Queiroz manteve contato com Veras. Adriano foi morto em fevereiro deste ano na Bahia, em uma ação registrada como confronto contra a polícia durante uma operação para prendê-lo.

A defesa já impetrou na Justiça do Rio de Janeiro com um pedido de habeas corpus. Na última terça, o advogado de Queiroz e de Márcia, Paulo Emílio Catta Preta que a mulher ainda não havia entrado em contato e que continuava sem saber o seu paradeiro. A reportagem o questionou hoje, mas ainda não obteve resposta.

Vitória

 
Nesta quinta-feira, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) deferiu, por 2 votos a 1, habeas corpus do senador Flávio Bolsonaro e tirou do juiz Flávio Itabaiana a competência para conduzir o processo do esquema de "rachadinha". No recurso, a defesa alegou que o Órgão Especial do tribunal, formado pelos desembargadores mais antigos, seria competente para julgar o caso, já que o senador era deputado estadual à época dos fatos investigados, por isso teria prerrogativa de foro.

A defesa também havia pedido que as decisões de Itabaiana perdessem a validade, mas os desembargadores mantiveram, também por 2 votos a 1. Isso significa a manutenção da prisão de Fabrício Queiroz, como também, o mandado de prisão contra a sua mulher, Márcia, que está foragida.


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