O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) foi beneficiado, na tarde desta quinta-feira (25) pela Justiça do Rio de Janeiro com o foro privilegiado no caso que investiga as “rachadinhas” durante mandato na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Acontece que, em abril de 2017, Flávio e seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), viralizaram em um vídeo intitulado “Quem precisa de foro privilegiado?”.
No vídeo publicado nas redes sociais de Eduardo Bolsonaro (PSL), o filho 01 aparece ao lado do pai, mas não se pronuncia, apenas faz sinais com a cabeça. Bolsonaro critica os deputados que decidiram se reeleger apenas para manter o foro privilegiado.
"Dos 513 deputados, 430 vão ser reeleitos. Por que eles têm que ser reeleitos? Para continuar com o foro privilegiado. O único privilegiado com o foro privilegiado agora sou eu, eu não quero essa porcaria de privilégio. Eu sou o único deputado federal prejudicado com esse foro privilegiado",afirma o presidente da República.
Na época da publicação, Bolsonaro era deputado federal. Ele cita, durante as imagens, que renunciaria ao cargo para concorrer às eleições de 2018 e comenta o processo no qual era réu por ter dito à deputada federal Maria do Rosário (PT) que ela “não merecia ser estuprada” por ser “muito feia”.
"Olha o que eu tenho que fazer, eu vou ter que renunciar ao meu mandato para poder disputar as eleições no ano que vem porque, eu renunciando, o meu processo vai para a primeira instância, daí não dá tempo de ser condenado em primeira e em segunda instância até a ocasião das eleições", explica Bolsonaro.
Em 2017, grande parte dos deputados federais estava tentando a reeleição para utilizar do foro privilegiado e não encarar investigações.
Depois do anuncio de que Flávio foi privilegiado, o vídeo voltou a circular nas redes sociais. Os usuários questionam as falas do presidente, agora que o pedido partiu da defesa de Flávio, e problematizam a decisão da Justiça do Rio de Janeiro.
Entenda
A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, por 2 votos a 1, por acatar o pedido de habeas corpus da defesa do senador Flávio Bolsonaro. A partir dessa decisão, o processo que investiga as “rachadinhas” sai da primeira instância e passa a ser avaliado pelo Órgão Especial, na 2ª instância.
A defesa do parlamentar argumentou que o esquema investigado refere-se a época de mandato de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), os julgamentos deveriam ser conduzidos pelo Órgão Especial do TJ, que possui os desembargadores mais experientes, e não por Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, pertencente à 1ª instância.
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa