O presidente Jair Bolsonaro está convencido de que o caminho para reverter a queda de sua popularidade passa pelo reforço da área social. Por isso, determinou à equipe econômica que encontre recursos para turbinar o Bolsa Família, que passará a se chamar Renda Brasil, numa tentativa de se desvincular do programa criado pelo governo Lula.
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Beneficiários do Bolsa-Família recebem 3ª parcela do auxílio emergencialDesregulamentação e novo Bolsa Família estão na agenda pós-criseRemanejamento do Bolsa Família pode caracterizar drible nas regras fiscaisAlexandre Frota apresenta PL que reserva vagas a mulheres em concursosPara isso, serão fundidos vários programas, como o abono salarial, o seguro-defeso, o farmácia popular e a desoneração da cesta básica.
Segundo fontes do Planalto, a pressa de Bolsonaro é grande. Ele quer que o Renda Brasil já esteja em funcionamento, no máximo, em novembro, como forma de dar continuidade ao auxílio emergencial, que, com mais três parcelas (de R$ 500, R$ 400 e R$ 300), vai até outubro.
Bolsa Família da direita
Bolsonaro foi convencido por sua equipe e por líderes do Centrão de que, mesmo com tanta notícia ruim para o governo, como a pandemia do novo coronavírus e a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, a popularidade do presidente cresceu entre a população de mais baixa renda. Isso se deve ao pagamento do auxílio emergencial.
No Nordeste, onde o governo ainda tem a maior rejeição, os beneficiados pelos R$ 600 falam, com entusiasmo, do “dinheiro do Bolsonaro”. “Então, esse é o caminho para fortalecer o governo, o Bolsa Família da direita”, diz um integrante do governo.
A pressa é grande. O governo sabe que toda a reformulação dos programas sociais tem que passar pelo Congresso. Assim, quanto antes o Renda Brasil estiver fechado, mais fácil será negociar com o Congresso.
O Planalto acredita que o Centrão será fundamental nesse processo.
Também ajudará o projeto do governo uma postura mais amena do presidente. Vários pequenos partidos, como o Pros, que tem três senadores e 12 deputados, já indicaram ao Planalto que estão dispostos a entrar na base de apoio de Bolsonaro.
Brasília, 12h45